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Alan Rick e Petecão recebem denuncias de altas taxas cobradas por universidades bolivianas
A principal reivindicação por parte dos brasileiros, seria o cumprimento das normas entre os dois países, principalmente relacionado aos que procuram o país vizinho para realizar um sonho
O deputado federal Democrata pelo Acre, Alan Rick, juntamente com o senador Sérgio Petecão (PSD), estiveram na fronteira do Acre neste final de semana, para se reunir com acadêmicos de medicina brasileiros que estudam, ou já estudaram, em faculdades na cidade de Cobija, capital do estado de Pando/Bolívia, além de autoridades daquele país e representantes de instituições de ensino.
A principal reivindicação por parte dos brasileiros, seria o cumprimento das normas entre os dois países, principalmente relacionado aos que procuram o país vizinho para realizar um sonho que aos poucos, vem se tornando um pesadelo após cinco anos de estudo.

Representante da UAP que esteve no encontro, disse não ter conhecimento do assunto no dia e iria levar o caso à reitoria da universidade.
As denuncias dão conta que os acadêmicos após se formarem, no lado boliviano, que ainda tem que ar por uma espécie de residência, são enviados para localidades as vezes isoladas, para que paguem parte dos estudos oferecido pelo País, além de outras taxas.
A Universidade Amazônica de Pando – UAP, vem sendo palco dessas denuncias por cobrar taxas consideradas fora da realidade pelos estudantes e os que já se formaram. Segundo denunciaram, as taxas para quem está tentando legalizar seus documentos, estão cerca de 200% acima do normal para estrangeiros, principalmente os brasileiros.
Diante dessas denuncias, uma reunião foi marcada no gabinete do governador de Pando, Adolfo Flores. Por motivo de doença em um de seus filhos, ficou para a vice-governadora, que também não compareceu. Foi quando o secretário geral do governo, Miguel Garcia Bigabriel, recebeu a comitiva composta pelos parlamentares, do cônsul do Brasil em Cobija/Bolívia, senhor Carlos Eduardo, estudantes e uma representante da faculdade UAP, Maricela Aguada Imanareco, secretária de relações exteriores.

Documentos foram apresentados mostrando diferentes cobranças de taxas entre estrangeiros e nacionais bolivianos.
Com os problemas expostos, foi pedido que os acordos entre os países fossem cumpridos de ambas às partes. “O Brasil é signatário de tratados entre países do Mercosul (Brasil e Bolívia) e, nesses tratados existem acordos de reciprocidade no tratamento entre brasileiros e bolivianos. O que nós estamos pedindo, é somente a obediência a estes documentos. Estão cobrando taxas discrepantes do que é cobrado dos bolivianos, em relação aos brasileiros. Queremos reciprocidade de ambas as partes”, disse o deputado Alan Rick.
Na visão do senador da república, Sérgio Petecão, disse estar preocupado com a situação. “Foi mostrado que estão cobrando taxas exorbitantes e fora da realidade e estamos preocupados. Não queremos nada, a não ser o tratamento igualitário e que se cumpra os acordos”, comentou.

Senador Sérgio Petecão demonstrou preocupação com esse caso e espera cumprimento dos acordos entre os países.
Uma das acadêmicas que esteve presente representando a classe dos estudantes, disse que, “Estamos abertos para negociações e acreditamos que acreditamos que um bom resultado será bom tanto para a faculdade, quanto para os estrangeiros, principalmente na retirada dos documentos e tenhamos uma relação cordial entre ambos”, comentou Silvia Pacheco.
O Cônsul do Brasil em Cobija, Carlos Eduardo, que acompanhou a comitiva de brasileiros, comentou que o Órgão está ali para ajudar os brasileiros no exterior da melhor forma possível. O caso dos estudantes de medicina que estão sendo tratados de uma maneira diferente, está sendo analisado para que se acabe com essa diferença.
O caso que merece uma atenção especial por parte das autoridades do Brasil, ainda contou com uma reunião no auditório de uma escola na cidade de Epitaciolândia, onde vários acadêmicos estiveram presentes para receber a comitiva de parlamentares e do Cônsul.
Outras denuncias foram feitas e estas estão sendo levantadas, de possível caso de corrupção dentro da universidade. “Muitas dessas denuncias tem que ser investigadas pelas autoridades daquele país. Infelizmente não poderemos fazer nada, a não ser denunciar aos superiores e pedir algo seja feita”, complementou Sérgio Petecão.
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Os Geoglifos do Acre: Alceu Ranzi e a Redescoberta da Civilização Aquiry
Por Chico Araújo, de Brasília
Neste domingo, 25, o paleontólogo e geógrafo Alceu Ranzi, professor aposentado da Universidade Federal do Acre (UFAC) e presidente do Instituto de Geoglifos da Amazônia, embarca em uma expedição audaciosa na fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia. A missão é coletar materiais orgânicos, como fragmentos de cerâmica e carvão, para análise por carbono-14, uma técnica que mede a deterioração desse isótopo para datar vestígios arqueológicos com precisão. O alvo é a civilização Aquiry, que há cerca de 2 mil anos habitou a Amazônia Ocidental, especialmente o Acre e o sul do Amazonas, deixando um legado que desafia antigas concepções sobre a ocupação humana na região.
Os geoglifos, imensas figuras geométricas escavadas no solo, são a marca indelével da civilização Aquiry. Compostos por valas e muretas que formam círculos, quadrados, hexágonos e octógonos — alguns com mais de 100 metros de diâmetro —, esses monumentos provavelmente serviam a rituais religiosos e celebrações, não a defesas ou moradias. Entre 1000 a.C. e o início da era cristã, os Aquiry dominavam a geometria, criando desenhos colossais com ferramentas rudimentares de madeira e pedra. Curiosamente, seu desaparecimento coincide com o abandono de sítios no deserto de Yacatan, no México, sugerindo possíveis conexões culturais ou impactos climáticos que abalaram civilizações nas Américas.
Entre 15 e 20 deste mês, Ranzi e sua equipe descobriram novos geoglifos em Boca do Acre e Lábrea, no Amazonas, anunciados em coletiva no dia 22, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em Manaus. Com mais de mil geoglifos catalogados, Ranzi acredita que o número total seja ainda maior. “No Amazonas, o trabalho com os geoglifos está apenas começando”, declarou. A pesquisa, que reúne arqueólogos, geógrafos, ecólogos, engenheiros e arquitetos, reflete a complexidade dessas estruturas. Descobertos inicialmente em 1977, por Ondemar Dias com a participação de Ranzi, então estudante, os geoglifos ganharam visibilidade com o desmatamento e, a partir dos anos 2000, com tecnologias como imagens de satélite do Google Earth e LIDAR, que revelam formas sob a vegetação densa.
A redescoberta dos geoglifos reescreveu a história da Amazônia, antes vista como um vazio cultural. Ranzi, que estuda essas estruturas há 30 anos, publicou obras como Geoglifos do Acre: ado Profundo e Amazônia: Os Geoglifos e a Civilização Aquiry (com Martti Pärssinen), além de artigos em revistas renomadas como Science e The Guardian. Suas colaborações com instituições como a Universidade de Helsinque culminaram na indicação dos geoglifos como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 2015. Essas descobertas revelam uma Amazônia vibrante, com sociedades complexas, desafiando narrativas eurocêntricas e reforçando a urgência de preservar esse legado para entender a história da humanidade.
A busca de Ranzi transcende fronteiras e inspira o mundo. Seus estudos abrem janelas para um ado em que a Amazônia era um polo de inovação cultural, com povos que moldaram a paisagem com precisão e propósito. A cada novo geoglifo descoberto, reforça-se a importância de proteger a floresta, não apenas como ecossistema, mas como arquivo vivo da história humana. As expedições de Ranzi são mais que ciência: são um convite a repensar nossa relação com o ado e a reconhecer a genialidade dos povos que, há milênios, transformaram a Amazônia em um cenário de monumentos eternos.”Nós esperamos que num futuro breve as imagens estejam nas cartilhas. Que nos livros que se dão aula não tenham só as pirâmides do Egito, Mesopotâmia, tenhamos as nossas relíquias do nosso povo aqui da Amazônia”, afirmou Ranzi.
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Operação conjunta da PF e Polícia Civil prende homem por tráfico e porte ilegal de arma em Brasiléia
Suspeito foi detido nesta sexta-feira (23) durante operação e encaminhado à Delegacia da PF em Epitaciolândia

Após a abordagem e apreensões, o suspeito foi conduzido à Delegacia da Polícia Federal do Acre, onde teve o auto de prisão em flagrante lavrado. Foto: cedida
Uma ação integrada entre a Polícia Federal (PF) e a Polícia Civil do Estado do Acre resultou na prisão em flagrante de um homem (identidade não revelada) no Bairro Ferreira Silva, na cidade de Brasiléia, interior do estado, nesta sexta-feira (23). O suspeito é acusado de envolvimento com o tráfico de drogas, além de porte ilegal de arma de fogo e posse de diversas munições, crimes que atentam contra a segurança pública local.
A operação conjunta, fruto de investigações e do trabalho de inteligência das duas corporações, culminou na abordagem do indivíduo em um ponto estratégico da cidade. Durante a ação policial, foram realizadas apreensões de materiais ilícitos que confirmaram as suspeitas iniciais contra o homem detido.
Após a captura e a coleta das evidências, o suspeito foi conduzido pelos policiais até a Delegacia da Polícia Federal localizada na cidade vizinha de Epitaciolândia. Na unidade policial, foi lavrado o auto de prisão em flagrante, formalizando a detenção do acusado e dando início aos procedimentos legais cabíveis.
As autoridades informaram que o caso continua sob investigação para apurar a extensão das atividades criminosas do detido e identificar possíveis cúmplices ou conexões com redes maiores de crime organizado que atuam na região de fronteira. Novas informações sobre o desdobramento do caso deverão ser divulgadas pelas forças de segurança nos próximos dias, à medida que as investigações avançarem.
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Governo do Acre classifica manifestantes no GCF como ‘desordeiros’ e acusa grupo de agir com motivação política
Nota oficial afirma que protesto tentou manchar imagem do estado diante de representantes internacionais
Após o protesto que interrompeu o discurso do governador Gladson Cameli durante a abertura do Segmento de Alto Nível do GCF Task Force, nesta sexta-feira (23), na Universidade Federal do Acre (UFAC), o Governo do Estado divulgou nota oficial classificando os manifestantes como “desordeiros” e acusando o grupo de agir com interesses “particulares e políticos”.
Durante o ato, integrantes de movimentos sociais, indígenas e organizações ligadas à juventude comunista usaram faixas e palavras de ordem como “o agro é morte”, criticando a política ambiental do governo e a presença do agronegócio no evento. No primeiro momento, o governador se disse aberto a manifestações democráticas. Contudo, diante do aumento da tensão, os manifestantes foram retirados aos gritos por seguranças após tentativa de tomar o microfone.
Na nota oficial, o governo afirmou que o GCF é um espaço plural, voltado ao diálogo sobre questões ambientais e sociais, com representantes de 11 países. “Infelizmente, esse não foi o intuito dos manifestantes, que apenas tentaram manchar a imagem do Estado e causar prejuízos à organização do evento e aos participantes”, afirmou o texto, assinado pelo próprio governador.
O comunicado finaliza com um pedido de punição aos responsáveis pelo protesto e ressalta que a atitude do grupo “contrasta com o espírito pacífico e hospitaleiro do povo acreano”.
O episódio reacende o debate sobre liberdade de expressão, protestos sociais e os limites da repressão em eventos públicos financiados por instituições nacionais e internacionais.
NOTA DE REPÚDIO DO GOVERNO DO ESTADO DO ACRE
A respeito dos acontecimentos ocorridos na manhã de hoje, sexta feira 23/05 durante o encerramento da reunião GCF Task Force na Universidade Federal do Acre, o governo do estado informa que:
Tradicionalmente, as reuniões do GCF são oportunidades para a discussão e adoção de medidas concretas para o equilíbrio das questões ambientais, sociais e econômicas em benefício do desenvolvimento das populações que vivem na floresta. O evento é aberto para a participação de iniciativas individuais e em grupo através da contribuição positiva com ideias e posicionamentos. Infelizmente não foi o que se viu na atuação desse grupo que agiu com interesses exclusivamente particulares e políticos.
Essa iniciativa dos desordeiros só tentou causar prejuízos aos participantes, à organização e infelizmente manchar a imagem de todos os acreanos que tradicionalmente são conhecidos como pacíficos e hospitaleiros.
Diante do fato, o governo condena veementemente o acontecido, se compromete com a investigação e punição dos responsáveis enquanto segue compromissado com a democracia e a liberdade, uma responsabilidade contínua desta gestão que exige a participação ativa de todos.
Gladson de Lima Cameli
Governador do Estado do Acre
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