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Atendimento pedagógico domiciliar do Estado garante sonho de estudantes em tratamento de saúde
A educação de crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais está sendo amplamente fortalecida pelo governo do Acre, que, por meio da Secretaria de Estado de Educação (SEE), abraçou esse compromisso ao implementar uma política de inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema regular de ensino.

Thiago Góes, diagnosticado com mielomeningocele, é aluno em APD. Foto: Clícia Araújo/SEE
Em certas circunstâncias, algumas crianças, após receberem alta médica, não estão prontas para retornar às atividades escolares. Nesses casos, é iniciado o Atendimento Pedagógico Domiciliar (APD), em que professores realizam acompanhamento dos alunos em casa, até que possam retornar à escola.
O APD abrange alunos matriculados nos sistemas de ensino que enfrentam condições médicas e restrições de saúde específicas. Esse enfoque, que já completa duas décadas de existência no Acre, busca uma abordagem pedagógica humanizada e personalizada, respeitando as particularidades e limitações de cada aluno.
O objetivo principal do Atendimento Pedagógico Domiciliar é assegurar igualdade de oportunidades no o ao conhecimento e à permanência escolar.
Os estudantes que precisam desse atendimento geralmente são encaminhados por orientação médica. A família entra em contato com a escola, que se comunica com o setor de Educação Especial da SEE, que por sua vez viabiliza os trâmites necessários.

Kaique dos Santos está em tratamento quimioterápico. Foto: Mardilson Gomes/SEE
Direitos assegurados
Em Rio Branco, professores da rede estadual atuam dando aulas em domicílio para 105 crianças e adolescentes doentes. Além disso, atendem outros 120 alunos internados em três classes hospitalares: Hospital da Criança, Unidade de Alta Complexidade e Oncologia (Unacom) e Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac).
Os docentes que realizam esse ensino adotam abordagens diferenciadas e envolventes para seus alunos, sem se desviar dos conteúdos essenciais. Seus horários de aula são flexíveis e devem se adaptar à disponibilidade dos estudantes.
O professor vai à casa do aluno por um tempo provisório ou até mesmo permanentemente, como é o caso de alunos acamados que usam aparelhos de e a vida e não têm condições de ir à escola.

Clarice Oliveira, assessora pedagógica da SEE, responsável pela orientação e acompanhamento das classes hospitalares e APD. Foto: Clícia Araújo/SEE
“Mesmo atendendo muitos alunos com deficiências, o APD acontece também com o público da escola comum que venha a ter algum comprometimento na saúde”, esclarece Clarice Oliveira, assessora pedagógica da SEE, responsável pela orientação e acompanhamento das classes hospitalares e APD.

Thiago Góes em aula com o professor Cláudio Farias, na sala de sua residência. Foto: Clícia Araújo/SEE
A responsabilidade pelas políticas públicas recai sobre o Estado, que não apenas as implementa, mas também cria condições favoráveis para sua efetivação.
O direito à educação e a responsabilidade, entretanto, também pertencem às famílias, que têm a obrigação legal de oferecer assistência aos estudantes, matriculá-los e acompanhar o progresso escolar, mesmo durante ausências por motivos de saúde.
Superação e força de vontade
Um exemplo notável é o caso de Kaique dos Santos, aluno da primeira série do ensino médio da Escola Lourenço Filho, em Rio Branco, diagnosticado com leucemia. Enquanto a por tratamento quimioterápico em Rio Branco e se prepara para um transplante de medula óssea em Recife, suas aulas estão asseguradas por meio do APD, com a professora Enayra Taumaturgo.
As palavras de Kaique refletem como o APD lhe proporcionou tranquilidade, evitando a preocupação de ficar para trás nos estudos. Sua determinação em continuar aprendendo, mesmo durante o tratamento, é notável. Sua paixão pela geografia e habilidades de desenho, incluindo o desejo de ser tatuador no futuro, demonstram sua perseverança.
Enayra enfatiza a conexão cultivada com o aluno e a família, destacando que o atendimento vai além do ensino, representando um círculo de apoio e carinho. A adaptação das atividades às capacidades cognitivas de Kaique permite que o adolescente siga o currículo normal da sala de aula.

Kaique gosta de estudar geografia, tem habilidades de desenho e sonha em ser tatuador. Foto: Mardilson Gomes/SEE
A mãe de Kaique, Elivanda Ribeiro, expressa sua gratidão pelo apoio do APD, que a surpreendeu positivamente, e destaca o alívio de saber que seu filho não perderá conteúdos, mencionando ainda a possibilidade de as aulas contribuírem para sua recuperação. A mãe também observa a ansiedade e animação de Kaique em voltar a realizar atividades cotidianas, como frequentar a escola.
Recentemente, o jovem experimentou o poder de conexão entre educação e empatia, quando se encontrou com seus colegas e professores em sala de aula, fortalecendo seus laços educacionais e emocionais.
Esses relatos ressaltam o impacto positivo do Atendimento Pedagógico Domiciliar na vida do estudante, evidenciando como a educação adaptada e o apoio emocional desempenham um papel crucial em sua jornada de aprendizado e recuperação.
“ei a ter um olhar mais inclusivo”
Outro aluno, Thiago Góes, do 7º ano da Escola Raimundo Hermínio de Melo, enfrenta um diagnóstico de mielomeningocele (alteração na formação da coluna vertebral e medula espinhal) e tem encontrado sucesso em sua educação domiciliar com o professor Cláudio Farias. Além do progresso educacional, está se fortalecendo também o vínculo de afetividade que se formou entre eles.
“O atendimento com o Tiago é maravilhoso, estou aprendendo muito com ele. Há dois anos o acompanho e criamos um vínculo de amizade. A cada aula, ele vai evoluindo e isso me deixa muito feliz. Esse trabalho tem me tornado um ser humano melhor, ei a ter um olhar mais inclusivo”, afirmou Cláudio Farias.

Professor Cláudio Farias criou um vinculo de amizade com Thiago e sua familia. Foto: Clicia Araújo/SEE
Gilmara, mãe de Tiago, adaptou um espaço para o filho estudar na sala de sua casa, com cartazes e muitos materiais pedagógicos, a fim de deixar o ambiente mais parecido com uma sala de aula.
“Os professores que fazem esse atendimento estão fazendo um trabalho excepcional com os alunos, realizando atividades de forma que facilita a vida deles. A relação do meu filho com o professor é de família, ele fica muito ansioso no dia da aula. Estou feliz em ver os direitos dele sendo respeitados”, conclui Gilmara.
Aluno em APD mantém seu vínculo com a escola
A coordenadora de ensino da Escola Raimundo Hermínio de Melo, Valcileide Gomes, destaca que o professor domiciliar é a ponte entre a escola e o aluno e o trabalho desse profissional é baseado no currículo da mesma forma que o professor da sala de aula, com planejamentos na escola, capacitações e aplicação de diagnóstico para atender a necessidade do aluno.
O estudante do APD participa de todos os projetos que a escola desenvolve no decorrer do ano letivo. Ele constrói em casa e no dia da apresentação o trabalho dele é exposto. Caso esteja bem no dia da culminância, vai à escola e participa do evento.

Valcileide Gomes, coordenadora de ensino da escola Raimundo Hermínio de Melo. Foto Clícia Araújo/SEE
Certamente, a união entre família, escola e professores desempenha um papel fundamental na vida dos alunos em APD. Essa colaboração pode proporcionar um ambiente de apoio, compreensão e recursos essenciais para o sucesso escolar e emocional dessas pessoas. É importante manter uma comunicação aberta para criar um ambiente educacional inclusivo e enriquecedor.

Kaique foi recepcionado pelos colegas e professores da Escola Lourenço Filho. Foto: Clícia Araújo/SEE
“É bom ver que as famílias recebem muito bem os profissionais em suas casas, pois eles sabem da dificuldade em levar um aluno com muitas comorbidades para a escola. Os pais estão vendo o quanto é assertiva essa ação do Estado”, observa a coordenadora.
A iniciativa do APD é uma evidência de que a educação não precisa ser limitada por barreiras físicas ou médicas. Ela permite que alunos como Thiago e Kaique continuem a desenvolver seus conhecimentos e habilidades, independentemente de suas condições de saúde.
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Deracre apresenta ao TCE plano da Operação Verão 2025 com 1.200 km de ramais e 280 km abertos à indicação popular
O governo do Acre, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre), participou nesta sexta-feira, 6, de reunião promovida pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC) com lideranças rurais da Estrada Transacreana, sindicatos, associações, vereadores de Rio Branco e autoridades estaduais, com o objetivo de discutir melhorias nos ramais da região.
Realizado na sede do TCE, o encontro contou com a presença da presidente do Deracre, Sula Ximenes, que apresentou o plano da Operação Verão 2025, voltado à recuperação de trechos críticos das estradas vicinais e ao fortalecimento da infraestrutura rural.
A conselheira-presidente do TCE, Dulce Benício, destacou o papel do órgão de controle como articulador entre poder público e sociedade, contribuindo para soluções efetivas por meio do diálogo e da escuta.
“Quando as instituições se unem para ouvir a população, alinhar prioridades e agir com transparência, o controle externo cumpre sua função de construir políticas públicas mais eficientes e próximas da realidade”, afirmou.
Durante a apresentação, Sula Ximenes detalhou que a Operação Verão 2025 prevê a recuperação de 1.200 quilômetros de ramais já planejados. Além disso, o governo abriu mais 280 quilômetros para indicação de novos trechos prioritários por associações, sindicatos e moradores da zona rural.
“Essa é uma construção coletiva. Nosso papel é garantir que cada quilômetro recuperado represente o à escola, à saúde e ao mercado para os moradores da zona rural. A parceria com o TCE fortalece a legitimidade e a clareza do processo”, ressaltou.
A presidente do Deracre também destacou que a participação ativa da população e das entidades representativas amplia a transparência das ações e potencializa o impacto social das obras.
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Nicolau Júnior encerra caravana em Cruzeiro do Sul com apelo por união e reconstrução definitiva da BR-364
Durante o café da manhã realizado na manhã desta sexta-feira, 6 de junho, no Centro Educativo Adílis Nogueira Maciel, em Cruzeiro do Sul, o presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado Nicolau Júnior (PP), encerrou oficialmente a segunda etapa da Caravana da BR-364.
Em um discurso firme, o parlamentar agradeceu a participação de todos os envolvidos na mobilização, reforçou a necessidade de união entre os poderes e voltou a cobrar uma resposta concreta do Governo Federal para a situação crítica da principal rodovia do estado.
“Quero expressar minha profunda gratidão a todos que fizeram parte desta segunda caravana em defesa da nossa BR-364, que clama por socorro. Agradeço à PRF, à Polícia Militar, ao superintendente do DNIT, Ricardo Araújo, ao nosso senador Sérgio Petecão, ao deputado Zezinho Barbary e a todos os meus colegas parlamentares que se uniram a essa causa tão importante. Nosso reconhecimento especial também vai ao governador Gladson Cameli, que sempre esteve ao lado da população nessa luta”, declarou o presidente da Aleac.
Nicolau também fez questão de destacar o trabalho da imprensa, que acompanhou toda a jornada desde a saída em Rio Branco. “Parabenizo, com muito respeito, os amigos da imprensa, que garantiram que essa mobilização fosse acompanhada por todos os acreanos. Só a união de todos nós é que pode colocar um fim a esse drama que nosso povo vive. Hoje somos todos BR-364, somos todos Acre”, afirmou.
O parlamentar ressaltou que a BR-364 representa mais que uma simples estrada. Ela é símbolo da esperança e do desenvolvimento de toda uma região. “Essa caravana é a caravana do Acre. Foi idealizada pela Assembleia Legislativa, mas contou com o apoio da Câmara Federal, do Senado e do Governo do Estado. A BR-364 é a obra mais importante que temos. O Acre não chega a um milhão de habitantes, mas precisa da mesma atenção que os estados maiores recebem. Precisamos planejar com visão de futuro, investir onde realmente importa, e a BR-364 é o eixo que conecta e sustenta economicamente o nosso estado.”
Durante o ato, Nicolau Júnior também reconheceu os avanços institucionais alcançados. Segundo ele, graças à atuação técnica do DNIT, a BR-364 saiu do nível 3 de prioridade e ou ao nível 2, o que obriga os futuros presidentes da República a manterem investimentos regulares na rodovia. “Isso é uma conquista concreta. A partir de agora, não importa quem esteja no comando da nação, a BR-364 exigirá atenção permanente. É uma vitória do povo acreano.”
Autoridades assinam declaração conjunta que cobra do Governo Federal a reconstrução definitiva da BR-364 e investimentos prioritários no Acre
Encerrando a cerimônia, foi assinada a Declaração do Acre sobre a Situação da BR-364, um documento construído durante a caravana e que será encaminhado ao Governo Federal. A carta, firmada por deputados estaduais, federais, senadores, vereadores e prefeitos do Juruá, alerta para a condição insustentável da rodovia, marcada por buracos, erosões, afundamentos e pontes comprometidas.
De acordo com o texto, a precariedade da estrada compromete o direito de ir e vir, a dignidade da pessoa humana e o o a direitos fundamentais como saúde, educação e desenvolvimento econômico e social.
O documento reconhece também que, embora os investimentos federais tenham sido ampliados nos últimos anos, as ações ainda são insuficientes diante da complexidade geotécnica da região e da deterioração acumulada da via. Os próprios relatórios técnicos do DNIT apontam que operações paliativas de tapa-buraco não resolvem mais o problema, sendo necessária a reconstrução integral da BR-364 com a aplicação de macadame hidráulico como única solução viável.
Além de cobrar do Governo Federal a alocação prioritária de recursos no Orçamento da União, a declaração exige do DNIT a apresentação de um plano detalhado de ações com cronograma definido e medidas de transparência. Também solicita ao Congresso Nacional a realização de audiências públicas, a fiscalização dos rees e o fortalecimento de mecanismos de financiamento contínuo para a infraestrutura da Região Amazônica.
Por fim, o texto conclama a sociedade brasileira a compreender que a luta pela BR-364 não é apenas uma demanda regional, mas uma causa nacional que envolve justiça federativa, dignidade e respeito às populações amazônicas.
Com o ato realizado em Cruzeiro do Sul, a Assembleia Legislativa do Acre, ao lado das demais lideranças políticas e sociais, encerra a caravana deixando registrado que o povo do Acre não aceitará mais o abandono. A da carta simboliza o início de uma nova fase de cobrança permanente por parte das autoridades estaduais, municipais e federais. Uma fase em que o Acre exige, com legitimidade e união, respeito e infraestrutura à altura de sua importância para o Brasil.
Texto: Andressa Oliveira
Fotos: Sérgio Vale
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Prefeitura e Governo se preparam para realizar projeto “Esporte Estudantil nas Escolas Rurais de Brasiléia
A Prefeitura de Brasileia, em parceria com o Governo do Acre, vai realizar nos próximos dias uma edição especial do projeto “Esporte Estudantil” voltada para os alunos da zona rural. O evento acontecerá na escola Gesilda de Freitas Paixão, reunindo estudantes e escolas do Ramal do Km59..
A ação tem como principal objetivo incentivar a prática esportiva entre os jovens, promover a integração entre escolas e valorizar os talentos estudantis das áreas rurais. Estão previstas atividades como futebol, atletismo e vôlei, além de apresentações culturais.
De acordo com a secretária de Educação municipal, Raíza Dias, o evento representa um o importante para garantir a inclusão dos alunos da zona rural nas políticas públicas de esporte e lazer. “Queremos oferecer a esses estudantes oportunidades iguais, promovendo saúde, bem-estar e o espírito de equipe”, afirmou.
A programação contará ainda com o apoio das secretarias de Cultura, Esporte, e serão convidas as secretrias de Saúde, Agricultura e Assistência Social que vão colaborar com estrutura, segurança, atendimento médico e ações educativas ao longo do dia.
O Gerente Municipal de Esportes, Clebson Venâncio, destacou a importância de levar o esporte também para fora da área urbana. “Nosso compromisso é democratizar o o ao esporte. As crianças e adolescentes da zona rural também merecem ter oportunidades de competir, se divertir e desenvolver habilidades físicas e sociais. Esse evento vai proporcionar isso de forma inclusiva e acolhedora”, afirmou..
A expectativa é de que dezenas de estudantes participem da iniciativa. A Prefeitura estuda a possibilidade de tornar o evento parte do calendário escolar rural, promovendo novas edições em outras localidades
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