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Cruzeiro do Sul se destaca como ponto estratégico na nova conexão do Acre com o Pacífico
A nova rota acreana facilitará o transporte de commodities, como soja e carne, diretamente para o Porto de Chancay, no Peru, ampliando o o a mercados asiáticos

Entre os novos projetos apresentados estão a criação de um parque industrial no Alto Acre e um novo polo logístico, além da relevante conexão entre Cruzeiro do Sul e Ucayali.
O secretário de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre, Assurbanípal Mesquita, apresentou uma proposta inovadora que promete transformar Cruzeiro do Sul em um elo crucial para o o aos portos do Oceano Pacífico, via Ucayali, no Peru. A proposta foi discutida em encontro com o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, realizado em Brasília no dia 27 de março.
A nova rota acreana facilitará o transporte de commodities, como soja e carne, diretamente para o Porto de Chancay, no Peru, ampliando o o a mercados asiáticos. Em sua apresentação, Mesquita destacou que essa alternativa reduzirá o tempo de transporte, permitindo que o Acre atraia cargas que atualmente transitam pelo Rio Madeira e pelo Canal do Panamá.
“O Acre possui uma posição geográfica estratégica, e essa conexão pode acelerar nossa economia e atrair investimentos significativos”, afirmou o secretário. Ele elencou diversas iniciativas do governo para viabilizar essa transformação, ressaltando a necessidade de apoio federal em áreas como a melhoria das infraestruturas viárias, como o Anel Viário de Brasileia e as BRs 364 e 317, além da revitalização da Zona de Processamento de Exportação (ZPE).
Entre os novos projetos apresentados estão a criação de um parque industrial no Alto Acre e um novo polo logístico, além da relevante conexão entre Cruzeiro do Sul e Ucayali. O MDIC irá compilar as propostas apresentadas pelos estados, com a expectativa de um novo encontro até o meio do ano para avaliar os próximos os.
Durante a reunião, Alckmin também anunciou uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que resultará em uma linha de crédito de R$ 11 bilhões destinada a projetos de investimentos em todo o Brasil, visando aumentar a produtividade nos estados. A expectativa é que a nova rota beneficie não apenas o Acre, mas todo o país, posicionando-o de forma mais competitiva no comércio internacional.

Secretário Assurbanípal Mesquita (à direita) apresentou proposta de conexão do Acre com o Peru via Cruzeiro do Sul para o presidente em exercício e ministro Geraldo Alckmin. Foto: Wesley Moraes/Repac
Os investimentos
O secretário elencou iniciativas realizadas pelo governo acreano para viabilizar o desenvolvimento do estado que, afirmou, “está em fase de aceleração da sua economia” e registra crescimento do setor empresarial nos setores agrícola e especialmente das exportações. Um dos principais focos, disse, é transformar o estado em elemento de conexão do Brasil com o Oceano Pacífico, por meio das rotas interoceânicas, mas lembrou ser necessário apoio nesse sentido.
“O Acre tem esse grande potencial, por estar numa posição geográfica estratégica, num contexto geoeconômico muito interessante, mas para isso alguns investimentos são necessários”, disse, apresentando as propostas e investimentos em que o governo tem trabalhado, algumas inclusive em parceria com o governo federal, para potencializar a atração de investimentos com foco na conexão interoceânica.
Entre os exemplos citou o Anel Viário de Brasileia, a melhoria das alfândegas e ações abrangendo as BRs 364 e 317 e a Infovia. Também destacou “o esforço que o Acre está fazendo para revitalizar a Zona de Processamento de Exportação [ZPE] e colocá-la em operação ainda este ano, pois será um ativo importante dessa conexão com o Pacífico”.

Secretário Assubanípal Mesquita defende Acre como elo entre Brasil e portos do Oceano Pacífico via Peru, em reunião com Geraldo Alckmin, em Brasília. Foto: Cedida
Novos projetos
Na relação de novos projetos apresentados com vistas ao crescimento econômico e à rota interoceânica, Mesquita relacionou o novo parque industrial na região do Alto Acre, um novo polo logístico e um porto seco, além do projeto considerado mais relevante, “que é a nova conexão do Acre com o Peru pela BR-364, chegando a Cruzeiro do Sul até Ucayali, rumo ao Porto de Chancay”.
Ficou definido que cada estado apresentará um documento com suas propostas para o MDIC, estabelecendo-se que até o meio do ano haverá novo encontro para apresentação e avaliação das ações que o ministério irá apoiar.
No encontro, Geraldo Alckmin assinou parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil para disponibilizar uma linha de crédito condicional para projetos de investimentos, no valor de R$ 11 bilhões. O objetivo, conforme o governo federal, é “aumentar a produtividade nos estados”.

Encontro reuniu secretários estaduais da área de desenvolvimento e o presidente em exercício e ministro Geraldo Alckmin, para tratar sobre iniciativas locais de atração de investimentos. Foto: cedida
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Procon desenvolve ações para garantir direitos dos consumidores em compras para Dia dos Namorados
O chefe de Fiscalização do Procon/AC, John Lynneker Rodrigues, destaca que a iniciativa busca garantir que as relações de consumo sejam transparentes e seguras, especialmente épocas de maior movimento comercial

Fiscais verificam produtos e atuação do comércio com foco no Dia dos Namorados: Foto: cedida
O Procon/AC, em parceria com a Vigilância Sanitária, realiza neste período de 2 a 11 de junho, a Operação Afrodite, uma ação especial voltada para o Dia dos Namorados, comemorado na próxima quinta-feira, 12. A iniciativa abrange todo o Acre, incluindo hotéis, motéis e estabelecimentos comerciais, com o objetivo de assegurar o cumprimento da legislação vigente e orientar empresários sobre as regras na oferta de produtos e serviços aos consumidores.
As ações incluem a verificação da correta sinalização de preços, formas de pagamento, presença do Código de Defesa do Consumidor (CDC) disponível para consulta e políticas de troca adotadas pelas empresas, além de aspectos relacionados à validade, qualidade dos produtos e condições sanitárias, incluindo a emissão de alvarás.

Atividade faz parte do calendário anual do setor de fiscalização do Procon. Foto: Emely Azevedo/Procon
O chefe de Fiscalização do Procon/AC, John Lynneker Rodrigues, destaca que a iniciativa busca garantir que as relações de consumo sejam transparentes e seguras, especialmente épocas de maior movimento comercial, como o período que precede o Dia dos Namorados. “É uma operação já prevista no calendário anual do Procon e tem como objetivo harmonizar as relações de consumo”, enfatiza.
Dicas do Procon/AC
No Dia dos Namorados, muitos casais vão às compras, reservam hotéis, motéis e planejam surpresas e jantares. Para garantir uma comemoração tranquila, o Procon/AC recomenda alguns procedimentos.
Compras de presente
Exija nota fiscal e informe-se sobre a troca. A loja só é obrigada a trocar o produto se o item estiver com defeito. Para troca por gosto ou tamanho, é preciso verificar a política da loja.
Hotéis e motéis
Em caso de reserva em hotéis ou motéis, os preços e condições devem estar claros antes da contratação. Promoções devem ser cumpridas conforme o anúncio. Importante: discriminação de qualquer tipo é crime.
Restaurantes e bares
Ao planejar um jantar romântico, verifique os preços no cardápio e pergunte sobre taxas extras. A cobrança da taxa de 10% é opcional. Exija sempre o comprovante de pagamento.
Compras online
Nas compras fora do estabelecimento (via internet ou telefone), o consumidor tem até 7 dias após o recebimento para desistir, mesmo sem justificativa.
Promoções e combos
Promoção não pode ser “pegadinha”. Todo desconto ou combo anunciado deve ser cumprido. Se houver restrições, devem estar claras. É importante verificar os valores antes e depois da suposta promoção.
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“Estudo revela que 33% das pastagens do Acre têm manejo inadequado, comprometendo produtividade”
Pesquisa da Embrapa em 246 propriedades mostra que superlotação e falta de planejamento financeiro elevam custos da pecuária de cria; diversificação de capins aparece como ponto positivo
Estudo com 246 propriedades nos Vales do Acre e Sena Madureira revela que más práticas geram bezerros mais leves e custos maiores; baixa escolaridade dos produtores agrava o problema.
Pesquisadores da Embrapa identificaram que cerca de 33% das pastagens do Acre estão com taxas de ocupação acima do ideal, comprometendo a produtividade da pecuária de cria. O problema foi mapeado em 246 propriedades nas regiões dos Vales do Acre e Sena Madureira, que concentram mais de 80% das atividades agropecuárias do estado. Os resultados serão apresentados no 1º Simpósio sobre Pecuária de Cria no Acre, dias 25 e 26 de junho na Ufac.
Impactos do manejo inadequado
Segundo Carlos Maurício Soares de Andrade, um dos autores do estudo, a superlotação provoca:
Redução do “score corporal” (condição física do gado);
Bezerros desmamados mais leves;
Carcaças de animais adultos menos desenvolvidas;
Aumento nos custos de produção.
“Sem um bom manejo, o produtor perde em todas as etapas”, alerta Andrade.
Falta de gestão agrava o cenário
O estudo revela ainda que:
- 75% dos produtores não controlam as finanças da propriedade;
- Nenhum calcula indicadores técnicos de desempenho do rebanho;
- Baixa escolaridade dificulta a adoção de tecnologias.
“Decisões são tomadas sem planejamento, o que compromete os resultados”, explica Vitor Hugo Maués Macêdo, coautor da pesquisa.
Pontos positivos: diversidade e leguminosas
Apesar dos problemas, houve avanços:
- Apenas 6,1% usam um único tipo de capim (ante 90% nas décadas de 1990/2000);
- 29,3% já plantam 3 variedades e 26,8%, 4;
- 21% utilizam leguminosas (como puerária e amendoim forrageiro), que melhoram a fertilidade do solo.
Diversidade
Um aspecto positivo na pecuária de cria é a diversidade da pastagem. Depois do susto ocorrido nas décadas de 1990 e 2000, quando o Acre enfrentou uma séria crise de degradação de pastagens (a maior parte dos produtores só usava o brizantão ou braquiarão), os produtores seguiram as orientações da Embrapa. E deu certo.
Atualmente, o estudo mostra que apenas 6,1% dos criadores insistem em usar apenas um tipo de capim na pastagem. A maior parte ou planta três tipos (29,3%) ou planta 4 tipos (26,8%). Cinco tipos de capim nas pastagens são plantados por 12,2% dos produtores. Plantam 6 tipos 2,8% e 1,6% dos produtores plantam 7 tipos de capim.
“As pequenas propriedades de cria têm enfrentado maior dificuldade para investir na reforma de suas pastagens degradadas, de modo que esse processo de substituição ainda levará muitos anos para ser concluído”, assinala o estudo da Embrapa.
Leguminosas
Outro fator positivo é que 21% das propriedades usam leguminosas. Isso é fundamental para fixação do nitrogênio no solo. De acordo com o estudo, 13,8% das fazendas de cria utilizam a puerária como leguminosa forrageira; 6,1% usam o amendoim forrageiro e 2% usam o calopogônio. “Essa leguminosa, de ocorrência espontânea nas pastagens do Acre, possui boa capacidade de fixação biológica de nitrogênio e tem seu uso recomendado pela pesquisa por contribuir para a manutenção da disponibilidade de nitrogênio no solo da pastagem, importante para sua produtividade”, afirma a pesquisa, lembrando estudo do professor Judson Valentim, também da Embrapa.
“Pequenas propriedades ainda enfrentam dificuldades para reformar pastagens degradadas, mas a diversificação é um caminho promissor”, destaca Maykel Franklin Lima Sales, outro pesquisador envolvido.
“Não fazer um bom manejo gera uma série de fatores negativos”, afirmou Carlos Soares de Andrade, um dos pesquisadores que assina o trabalho. O animal não terá uma alimentação adequada e isso compromete o que os técnicos chamam de “score corporal”. Outro fator negativo é que o bezerro vai sair da desmama mais leve. Isso pode provocar um animal adulto com a carcaça com desenvolvimento comprometido. “No fim do processo, aumentam os custos de produção”.
O simpósio na Ufac debaterá soluções para:
Capacitação técnica dos produtores;
Gestão financeira das propriedades;
Incentivos para renovação de pastagens.
“O Acre tem potencial, mas precisa superar esses gargalos para crescer na pecuária”, concluem os especialistas.
Com fontes da assessoria Embrapa
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Acre segue com o custo mais alto da construção civil do país, aponta IBGE
O Acre lidera na Região Norte com alta de 5,11% nos custos totais da construção, refletindo um ritmo acelerado em relação aos demais estados da região

O Acre apresentou variação de 0,15% no Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) em maio de 2025. Foto: ilustrativa
O Acre registrou, em maio de 2025, o maior custo médio da construção civil do país no cenário nacional, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira, 10, por meio do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi). Já é o terceiro mês seguido que o Acre fica em primeiro lugar.
Com a desoneração da folha de pagamento, o custo por metro quadrado no estado chegou a R$ 2.073,21, o maior entre os estados da federação. Já sem a desoneração, o custo saltou para R$ 2.200,88 colocando o Acre na segunda posição entre todos os estados brasileiros, atrás apenas de Santa Catarina, cujo valor chegou a R$ 2.212,82.
O Acre apresentou variação de 0,15% no Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) em maio de 2025. Apesar de ser uma alta mais moderada que a média nacional, que ficou em 0,43%, o estado acumulou, nos últimos 12 meses, um aumento de 7,10% no custo da construção, acima da média brasileira de 5,01%.
No acumulado dos primeiros cinco meses de 2025, o Acre lidera na Região Norte com alta de 5,11% nos custos totais da construção, refletindo um ritmo acelerado em relação aos demais estados da região. A variação mensal da construção no Acre foi de 0,15%, próxima à registrada em Rondônia (0,17%) e abaixo da variação da Região Norte, que fechou em 0,25%. Enquanto o Nordeste registrou a maior variação mensal em maio (0,77%), puxada por estados como Pernambuco (2,88%).
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