Acre
Em noite de homenagens, governadores selam pacto pelo crescimento regional
Na outorga de graus da Estrela do Acre, nova geração de governadores se compromete a concentrar esforços no desenvolvimento da Amazônia, abrindo a região para os mercados dos países asiáticos

Solenidade de outorga da Estrela do Acre aconteceu no Memorial dos Autonomistas, na noite deste sábado, 27 Foto: Marcos Vicentti
O encontro dos governadores do Amazonas e de Rondônia no estado, por ocasião da abertura da Feira de Agronegócios do Acre, a Expoacre 2019, serviu muito mais que um evento protocolar entre chefes de Executivos, ela marca um divisor de gerações de novos governadores comprometidos pelo desenvolvimento da Amazônia, numa agenda que de uma vez por todas, retire do papel projetos de crescimento da economia regional.
Na noite deste sábado, 27, ao serem agraciados pelo mérito da Grã-Cruz da Estrela do Acre, a mais alta honraria concedida pelo Governo do Estado, os governadores Marcos Rocha (Rondônia) e Wilson Lima (Amazonas) externaram esse entusiasmo, com o governador Gladson Cameli, em torno de uma pauta comum com vistas ao fortalecimento do setor produtivo agrícola, com a desburocratização tributária e na atração de capitais externos que possam movimentar a Zona de Processamento de Exportação, a ZPE do Acre.

Governadores do Amazonas e Rondônia, Wilson Lima e Marcos Rocha, respectivamente, e o vice-governador do Acre, Major Rocha foram agraciados com a honraria pelo comendador, o governador do Acre, Gladson Cameli Foto: Marcos Vicentti
“Às vezes, as políticas econômicas desse país são injustas com a Amazônia, com o monopólio dos grandes centros do Sul e do Sudeste. Mas devemos pensar num país que possa olhar para todos os estados, inclusive os nossos, onde 26 milhões de moradores abaixo da linha da pobreza esperam por uma oportunidade de vida melhor”, afirmou Gladson Cameli para membros da Ordem da Estrela do Acre, representantes dos poderes Legislativo, do Judiciário, diplomatas, prefeitos e secretários de Estado.
As palavras do governador do Amazonas, Wilson Lima, também convergem para a mesma direção. “Estamos vivendo neste momento, uma ruptura na história de nossos estados, com um antes e o agora, muito mais consciente de que devemos ter responsabilidades diante do déficit orçamentário, das dificuldades financeiras por quais estamos ando, mas com um entendimento muito grande, enquanto líderes de que estaremos unidos para realizamos uma conexão com os mercados asiáticos por meio do Acre e por meio dos nossos irmãos peruanos e os seus portos no [oceano] Pacífico”, destacou o governador do Amazonas.
O pensamento do governador de Rondônia, Marcos Rocha, é o de que todos os estados, incluindo Roraima, Tocantins, Pará e Amapá caminhem em bloco para vencer os percalços que entravam o desenvolvimento.
“Me perguntaram se eu também considerava o Acre um estado rival de Rondônia. E eu disse: ‘Não, nunca fomos rivais’. Pelo contrário, somos irmãos por entendermos que sofremos dos mesmos problemas, que temos as mesmas preocupações, mas que sem dúvidas, vamos vencer, caminhando em bloco, trazendo a alegria de volta para a nossa população. O nosso povo clama por emprego e renda e é inissível que ele tenha que viver sofrendo, com tanta riqueza na Amazônia”, ponderou Marcos Rocha.
Dignos da honraria
Instituída no dia 24 de fevereiro de 1976, a Estrela do Acre é uma forma de homenagear pessoas físicas e jurídicas que por seus feitos em favor do Acre tornaram-se dignos da honraria. A comenda é subdividida em graus, sendo a primeira a de Grã-Cruz, a segunda, Grã-Oficial, a terceira de Grão Comendador e por último, a de Grã-Oficial.
O governador Gladson Cameli é o Grão-Mestre da Ordem da Estrela do Acre, enquanto que o secretário da Casa Civil, José Ribamar Trindade de Oliveira, é o chanceler da Ordem da Estrela do Acre.
No grau da Grã-Cruz da Ordem, foram agraciados o vice-governador do Estado do Acre, Major Wherles Rocha, o governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima e o governador do Estado de Rondônia, Marcos Rocha.

Homenagem no grau de Grã-Oficial, a prefeita de Brasileia, Fernanda Hassem recebeu a medalha do governador Gladson Cameli.
Já no grau de Grã-Oficial, os homenageados foram o senador Sérgio Petecão, a presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Acre, Nicolau Junior, a prefeita de Brasileia, Fernanda Hassem, o prefeito de Feijó, Kefren Cavalcante, o prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim e a prefeita de Tarauacá, Marilete Vitorino.
No grau de Comendador da Ordem, a honraria foi para o coronel Amarildo Camargo, chefe do Gabinete Militar do Governo do Estado do Acre, para o diplomata Teobaldo San Matin, cônsul da República do Peru em Rio Branco e para Carlos Eduardo de Rivas Guedes, cônsul do Brasil em Cobija.
No Grau de Grã-Oficial, Paulo Roberto Correia Silva, superintendente da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia.
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Número de focos de queimada no Acre cai em 2025, mas avança sobre áreas já desmatadas
O Acre registrou uma queda significativa no número total de focos de queimada no primeiro semestre de 2025, segundo dados da plataforma TerraBrasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram contabilizados 61 focos entre janeiro e junho deste ano, uma redução de mais de 55% em comparação ao mesmo período de 2024, quando o estado registrou 137 ocorrências.
Apesar da diminuição expressiva no número total, o perfil das áreas atingidas chama a atenção: a maioria dos focos de 2025 ocorreu em regiões já degradadas. Do total registrado, 31 focos (50,8%) aconteceram em áreas de desmatamento consolidado, enquanto 28 (45,9%) foram em áreas de desmatamento recente. Apenas dois focos, o equivalente a 3,3%, ocorreram em áreas de vegetação nativa.
Em 2024, o cenário era diferente. A maior parte dos focos de queimada, 82 (59,9%), ocorreu em áreas de desmatamento recente. Outros 44 (32,1%) foram registrados em regiões de desmatamento consolidado, e 11 (8%) atingiram vegetação nativa.
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ICMBio fecha o cerco contra criadores de gado na Resex Chico Mendes
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realiza neste final de semana entre sábado e domingo, 07 e 08, uma operação de fiscalização na Reserva Extrativista Chico Mendes, com o apoio de forças de segurança, para combater o desmatamento ilegal e a criação irregular de gado em áreas protegidas, em Xapuri (AC). A ação integra uma mobilização nacional e ocorre em pontos considerados críticos da reserva.
O videomaker do ac24horas, Kennedy Santos, esteve no Seringal Maloca, onde funciona uma base do ICMBio, e conversou com Carla Lessa, gerente regional do instituto, que explicou os objetivos e procedimentos da operação. Segundo ela, a ação foca em áreas onde já houve notificações e autuações, mas que continuam sendo desrespeitadas por moradores.
“É importante a gente contextualizar que a Reserva Extrativista Chico Mendes foi criada na década de 90. Ela envolve sete municípios, são cerca de 5 mil famílias que conhecem o uso do território, o limite do uso do território. A gente tem um acordo com as comunidades, que é o plano de utilização, onde tem regras e solicita-se autorização para desmate, para uso do território. E a gente tem, em paralelo com as ações sociais e econômicas, a fiscalização como atribuição do ICMBio. No processo de fiscalização, a gente autua, multa, embarga a área e, em algumas situações, a gente notifica para retirada do gado. Essas ações muitas vezes são feitas pela equipe local, só que quando a situação extrapola, que é o que infelizmente tem acontecido, a reserva Chico Mendes hoje configura como a mais desmatada na Amazônia, a gente precisa de algumas ações mais enérgicas de retirada desse gado. E é isso que a gente está começando a fazer aqui, mas com alvos específicos, onde, repito, tem ações judiciais, tem ações de saída de moradores irregulares, reiteradas notificações para retirada de gado e não cumpridas. Então, nesse momento aqui, o foco são esses alvos, não especificamente só aqui em Xapuri, mas são alvos com essa característica”, explicou.
Questionada sobre o número de pessoas notificadas, Carla Lessa afirmou que são muitas e que a fiscalização se concentra em moradores que fazem uso inadequado do território. “O número exato de pessoas notificadas são muitas. Infelizmente, muitos moradores utilizam de forma inadequada o seu espaço, a sua colocação. A unidade tem um plano de utilização que define o percentual da área que é usada e a forma como deve ser usada. Não é proibido o gado, o problema é que você não pode extrapolar conforme o tamanho da sua área, o tamanho da sua colocação, o limite. Essas pessoas são notificadas, são multadas, são aconselhadas a não reutilizar, deixar regenerar a área que eles mataram. Isso tem sido feito continuamente, mensalmente, nas ações da Unidade de Conservação. E, repito, aqui a gente está só vindo em casos extremos, onde realmente a situação chegou às vias judiciais ou de forma istrativa, foram reiteradas solicitações de retirada do gado e descumprimento por parte do autuado”, ressaltou.
Durante a visita da equipe de reportagem, foi possível observar animais sendo isolados em algumas localidades. A gerente explicou como será feita a destinação desse gado apreendido. “Uma vez que a gente determina que o gado está apreendido, esse gado a a ser responsabilidade do ICMBio, em parceria com o Idaf, que é o órgão sanitário responsável, que quantifica os animais, avalia a situação sanitária e cabe ao ICMBio dar a destinação final do gado. Então, esse manejo agora é de responsabilidade nossa”, destacou.
Ainda segundo Carla Lessa, o levantamento do número total de animais e propriedades envolvidas está em andamento. “A gente está levantando e o Idaf está aqui, desde ontem, fazendo esse levantamento para nós. A gente não tem esse dado claro porque é um levantamento contínuo. Então, a gente tem algumas prioritárias, sim, mas é um trabalho que vai continuar ao longo do ano, que o objetivo final, realmente, é reduzir o desmatamento na reserva Chico Mendes”, finalizou.
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Acre
“Essa novela precisa acabar! O nosso partido é acre”, afirma Nicolau Júnior
Deputados estaduais, liderados pelo presidente de ALEAC, Nicolau Júnior, percorrem a BR 364 pra gritar por socorro
“Precisamos de união e de um esforço conjunto para mudar a história da BR 364. Com o compromisso de todos teremos força para melhorar a vida do nosso povo”.

Foto: Sérgio Vale
Essa foi a mensagem do presidente da Assembleia Legislativa, Nicolau Júnior, ao final da caravana de deputados estaduais, federais e do senador Petecão, além de lideranças da sociedade civil organizadas e prefeitos, que percorreram entre quinta e sexta, a BR 364 para fiscalizar as condições da estrada.
A mobilização é mais do que importante e válida. O movimento da Comissão Parlamentar Permanente em Prol da BR 364 é mais do que necessário. E unir as forças políticas do Acre é o único caminho para que, de forma definitiva a situação, e para que se possa resolver esse problema crônico que é a BR 364.

Foto: Sérgio Vale
“Por aqui a não só a produção de metade dos municípios do Estado. Esta estrada é o caminho para quem precisa de atendimento médico na capital, ou em Cruzeiro do Sul e podem ter certeza: as boas condições de trafegabilidade da estrada podem ser a diferença entre viver e morrer para quem precisa de atendimento de emergência. Do jeito que está, lamentavelmente, a BR 364 se torna uma sentença de morte, para quem precisa de socorro”, afirmou com veemência o presidente Nicolau Júnior.
Ao final da caranava, após 14 horas de viagem, já no sábado pela manhã, no CEANOM, em Cruzeiro do Sul, com todas as lideranças reunidas, foi assinado um documento conjunto que será entregue ao Governo Federal, em que é destacada a importância social e econômica da BR 364.

Foto: Sérgio Vale
“Precisamos da união de todos, inclusive dos nossos parlamentares que podem ajudar com suas e mendas parlamentares, destinando-as para as obras de reconstrução da BR. Não é hora de brigas políticas e ideológicas. Essa novela tem que acabar de uma vez por todas. É hora de pensar no nosso maior partido que é o Acre”, finalizou o presidente da ALEAC, Nicolau Júnior.
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