Cotidiano
Estado realiza mutirão de atendimentos especializados em neuropediatria a 180 crianças e adolescentes com TEA
Durante os atendimentos, também são emitidos laudos médicos e prescrições, documentos essenciais para a continuidade do cuidado

Mutirão de atendimentos vai atingir cerca de 150 crianças com TEA em dois dias. Foto: Gleison Luz/Fundhacre
Em alusão ao mês de conscientização sobre o autismo, o governo do Acre, por meio da Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre) e em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), realiza nesta sexta-feira, 18, e sábado, 19, um mutirão de atendimentos ambulatoriais na especialidade de neuropediatria, voltado a crianças e adolescentes com diagnóstico ou suspeita de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Ao todo, cerca de 180 pacientes serão atendidos durante os dois dias de mutirão no saguão do Serviço de Atendimento Ambulatorial Especializado (Saae) da Fundhacre. Serão 90 atendimentos por dia, contemplando tanto retornos ao serviço especializado quanto primeiras consultas.
Com início às 9h e seguindo até o atendimento de toda a demanda diária, o mutirão tem como principal objetivo reduzir as filas de espera e agilizar o processo de o aos serviços, garantindo uma oferta mais eficiente e qualificada à população.

Equipes de recreação vão estar nos dois dias de atendimento para entreter os pacientes. Foto: Gleison Luz/Fundhacre
A presidente da Fundhacre, Soron Steiner, destacou: “Reconhecemos que existem famílias ainda aguardando por este tipo de atendimento, mas não estamos omissos a isso. Ações como essa fazem parte de uma política de governo de Estado e serão realizadas por outras vezes e em outras especialidades. O nosso pedido é que você que precisa e que já aguarda, mantenha seu cadastro atualizado na Secretaria de Saúde do seu município. Em breve, entraremos em contato para que você consiga ter o a esse serviço, assim como essas famílias que foram atendidas no dia de hoje”.

Soron afirmou que essas ações “serão realizadas por outras vezes”. Foto: Gleison Luz/Fundhacre
A iniciativa visa não só garantir o o a atendimento médico especializado, mas também promover um ambiente que valorize as particularidades de cada paciente, proporcionando uma oferta de alta qualidade, pautada pela sensibilidade, pelo cuidado e pelo respeito à dignidade dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para a secretária adjunta de Atenção à Saúde da Sesacre, Ana Cristina Moraes: “Além de diminuir a fila de espera, o mutirão amplia o o a consultas especializadas. Crianças e adolescentes com suspeita ou diagnóstico de transtornos do neurodesenvolvimento estão sendo atendidos por profissionais qualificados aqui na Fundação, o que representa um o importante para a detecção precoce e o tratamento adequado dos pequenos. Com essa iniciativa do governo do Estado, a população só tem a ganhar”.

Ana Cristina (ao centro) reforçou que o mutirão é uma iniciativa do governo estadual. Foto: Gleison Luz/Fundhacre
Camila Lima é moradora do município de Acrelândia e mãe atípica de três crianças diagnosticadas com autismo. Para ela, esse momento tem uma relevância muito grande, pois ter o ao atendimento especializado é uma garantia de que os filhos terão um tratamento digno.
“Me sinto acolhida e menos preocupada, porque sei que meus filhos estão tendo acompanhamento. Ter criança com alguma especialidade não é fácil e sem acompanhamento seria pior. Toda vez que eu venho, eles são bem atendidos, as doutoras são super carinhosas”, afirmou Camila.

Para Camila, o atendimento realizado pela equipe da Fundhacre é sempre incrível. Foto: Felipe Souza/Sesacre
Durante os atendimentos, também são emitidos laudos médicos e prescrições, documentos essenciais para a continuidade do cuidado. Esses registros viabilizam o encaminhamento dos pacientes para outras etapas do tratamento e garantem o e necessário ao longo do processo terapêutico.

Antes dos atendimentos, as crianças puderam se divertir com muitas brincadeiras. Foto: Gleison Luz/Fundhacre
A neuropediatra Bruna Beyruth já atua no sistema público de saúde há muitos anos e integra a equipe médica que está realizando os atendimentos neste final de semana. Segundo ela, dar qualidade de vida às pessoas é o maior intuito de ações como essa.
“Esse mutirão é muito impactante, porque conseguimos dar uma minimizada nas filas de espera e ajuda bastante as famílias que mais precisam, tanto com a renovação de laudos, uso de medicação e o tratamento em geral. Ações como essa, que o governo, juntamente com a Fundação Hospitalar, está fazendo são muito importantes para que os cidadãos acreanos tenham uma melhor qualidade de vida”, observou.

Bruna Beyruth afirmou: “Esse mutirão é muito impactante”. Foto: Felipe Souza/Sesacre
Com os laudos em mãos, as famílias poderão solicitar benefícios governamentais, como o BPC (Benefício de Prestação Continuada), além de ar atendimentos multidisciplinares e programas educacionais específicos, o que amplia as possibilidades de inclusão e e para os jovens atendidos.
Para Devani Souza, mãe dos gêmeos Cauã e Cauê, a curta espera pela consulta é motivo de agradecimento. “É muito gratificante ter a oportunidade de ter o atendimento, porque, pela demanda ser grande, eu não sabia nem quando eu ia ser chamada. Só tenho que agradecer”, pontuou Devani.

Devani Souza é mãe dos gêmeos e agradeceu pela consulta especializada. Foto: Felipe Souza/Sesacre
O mutirão representa um importante avanço no fortalecimento da rede de atenção especializada no estado. A iniciativa consolida um modelo de cuidado mais eficiente, humanizado e resolutivo, especialmente voltado à saúde mental e ao neurodesenvolvimento na infância e adolescência.
O Ministério Público do Acre (MPAC) é um dos parceiros da Sesacre na realização desse mutirão. Representando a instituição, a procuradora de Justiça Gilcely Evangelista declarou: “Realizamos essa parceria justamente porque, quanto mais consultas em pediatria tivermos, melhor será para os pais e mães de filhos com TEA. Estamos aqui com as cartilhas sobre os direitos da pessoa com o transtorno do espectro autista e com orientações”.
Mês de conscientização sobre o autismo
O mês de abril é marcado pela campanha Abril Azul, dedicada à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista. A data central é o dia 2 de abril, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007 como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. O objetivo é promover o conhecimento sobre o TEA, combater o preconceito e garantir os direitos das pessoas autistas.

Abril é o mês de conscientização sobre o autismo. Foto: Gleison Luz/Fundhacre
No Acre, diversas ações têm sido implementadas para apoiar a comunidade autista. Em 2024, foi lançado o programa “Mentes Azuis”, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre (Fapac), que oferece bolsas de pesquisa científica para mães atípicas — aquelas que têm filhos com autismo — com o objetivo de promover a inclusão social e melhorar a qualidade de vida dessas famílias.
Além disso, o Saúde Itinerante Especializado Multidisciplinar em Neuropediatria também é um forte aliado no processo de proporcionar um atendimento mais rápido e eficaz às famílias do interior do estado que necessitam dessas consultas médicas, garantindo, ainda, que os menores com transtornos do neurodesenvolvimento recebam diagnósticos precoces e tratamentos adequados.

Pintura estava entre as brincadeiras oferecidas aos pequenos pacientes. Foto: Gleison Luz/Fundhacre
No último final de semana aconteceu a segunda edição de 2025 do Saúde Itinerante, no município de Plácido de Castro, durante o lançamento do programa Saúde + Perto. Um total de 150 pacientes garantiram a primeira avaliação com os profissionais da pediatria ou puderam retornar para dar continuidade ao tratamento.
A chefe da Divisão de Saúde Itinerante Especializada da Sesacre, Rosemary Ruiz, salientou: “É muito importante o o desses pacientes aos serviços. O Saúde Itinerante vai ao interior e aqui, na capital, esses pacientes também estão tendo mais o. Gostaria de parabenizar o governo do Estado, a presidência da Fundhacre e a gestão da Saúde por essa iniciativa que é a inclusão. É dar o a quem mais precisa”.

Um tapete colorido foi colocado no saguão da Fundhacre para deixar os pequenos mais confortáveis. Foto: Gleison Luz/Fundhacre
Parceria do bem
A Fundhacre também garantiu uma parceria com os estudantes do curso de Fonoaudiologia do Centro Universitário do Norte (Uninorte) que resultou em uma ação solidária. Durante uma gincana universitária, os alunos arrecadaram uma grande quantidade de brinquedos, que foram distribuídos para as crianças atendidas. A iniciativa teve como objetivo proporcionar um ambiente mais acolhedor e humano durante os atendimentos, contribuindo para o bem-estar emocional dos pequenos pacientes.

Estudante Tuana Menezes explicou a motivação do gesto de amor. Foto: Gleison Luz/Fundhacre
Além de colaborar diretamente com o tratamento, os brinquedos ajudaram a tornar a experiência médica menos intimidante. A ação reforça como gestos simples podem ter grande impacto na saúde e no desenvolvimento infantil, mostrando que o cuidado vai além do consultório e envolve também carinho, atenção e solidariedade.
Tuana Menezes é uma das universitárias que fizeram parte desta ação do bem e contou: “Estávamos participando de uma gincana acadêmica e a coordenadora do nosso curso propôs que uma das finalidades da gincana fosse a arrecadação de brinquedo para que a gente pudesse estar abençoando muitas crianças. Com isso, foi possível arrecadar bastante e hoje nós estamos aqui fazendo parte desse dia maravilhoso”.
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Na Baixada da Sobral, arte marcial vira ferramenta de transformação social

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Em meio aos desafios enfrentados pela periferia de Rio Branco, uma iniciativa vem se destacando como símbolo de esperança. É na Baixada da Sobral, no bairro Bahia Nova, tradicional reduto de força e resistência, que o mestre e professor de Kung Fu, Nill Figueiredo, está plantando as sementes da mudança por meio da arte.
O projeto social que ele idealizou teve sua primeira atividade nesta quinta-feira (12), na Escola Tancredo Neves. Voltado para alunos de escolas públicas e para moradores da comunidade, o programa oferece aulas gratuitas de Kung Fu e Tai Chi Chuan, além de fornecer uniformes, equipamentos de treino e luta e acompanhamento para a progressão nas graduações das artes marciais.
Mas a proposta vai muito além dos golpes e movimentos precisos. A arte marcial é usada como instrumento de disciplina, autocontrole e cidadania. Para participar, os jovens precisam manter frequência escolar, boas notas e bom comportamento dentro e fora da sala de aula. “Queremos formar não apenas atletas, mas cidadãos comprometidos”, diz o professor Nill.
A meta do projeto é alcançar 800 alunos em 12 escolas da capital acreana, ampliando o alcance nas regiões que mais precisam de oportunidades. E os primeiros resultados já são visíveis.
Maria José, moradora da região e mãe de três alunas do projeto, relata uma mudança marcante no dia a dia das filhas. “Depois que começaram no Kung Fu, ficaram mais calmas”, conta emocionada.
Em uma região muitas vezes marcada pela exclusão e pela ausência do poder público, a arte resiste. E mais do que isso: transforma. Na Baixada da Sobral, o Kung Fu está ensinando mais do que defesa pessoal — mostrando que disciplina, respeito e perseverança também podem nascer na periferia. E florescer.
O gestor da escola, Laézio Lira, espera que a prática esportiva entre os alunos melhore o nível competitivo. Segundo ele, a seletiva criou um modelo de interação saudável.
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ICMBio esclarece que operação na Reserva Chico Mendes visa apenas pecuária ilegal
Coordenadora da Operação Suçuarana nega ação contra pequenos produtores e alerta sobre fake news que distorcem objetivos da fiscalização

A gestora também chamou atenção para o impacto ambiental provocado pelas invasões e pela expansão ilegal da pecuária. Foto: internet
Em entrevista concedida nesta sexta-feira (14), a gerente regional do ICMBio e coordenadora da Operação Suçuarana, Carla Lessa, reafirmou o caráter seletivo das ações de fiscalização na Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre. A gestora esclareceu que as intervenções têm como alvo específico pecuaristas que, mesmo após notificações formais e determinações judiciais, mantiveram atividades ilegais na unidade de conservação.
Pontos-chave da operação:
Alvo específico: Pecuaristas que ignoraram múltiplas notificações do ICMBio e decisões judiciais
Base legal: Cumprimento do plano de uso sustentável definido pelos próprios extrativistas
Dados preocupantes: Aumento de 40% no desmatamento para pastos ilegais nos últimos 3 anos
Combate à desinformação: Fake News circulando sobre suposto prejuízo a pequenos produtores
Lessa destacou que a reserva – criada em 1990 como homenagem póstuma a Chico Mendes – tem 93% de seu território preservado, mas sofre pressão crescente de grileiros. “São invasores profissionais, não moradores tradicionais”, afirmou, citando casos de propriedades com mais de 500 cabeças de gado em áreas protegidas.

O ICMBio é o responsável por fiscalizar o cumprimento do plano de utilização elaborado pelos próprios moradores da reserva. Foto: captada
Carla Lessa também alertou sobre a disseminação de informações falsas nas redes sociais, que estariam distorcendo os objetivos da operação. “Não é verdade que o ICMBio está prejudicando pequenos produtores. Nosso trabalho visa proteger a reserva e garantir que ela cumpra sua função original”, afirmou.
A operação já resultou na apreensão de 1.200 animais em duas semanas, todos encaminhados para leilão público. Os recursos serão reinvestidos em ações de fiscalização e projetos sustentáveis para as 2.400 famílias extrativistas legalmente assentadas.
Próximos os:
Intensificação do monitoramento por satélite
Parceria com MPF para ações judiciais contra invasores
Campanhas educativas sobre o plano de uso da reserva
A gestora também chamou atenção para o impacto ambiental provocado pelas invasões e pela expansão ilegal da pecuária. “Nos últimos anos, houve aumento significativo do desmatamento e da introdução de grandes rebanhos de gado, o que tem descaracterizado a finalidade da unidade de conservação”, afirmou.
Por fim, Carla Lessa pediu o apoio da sociedade para que o trabalho de fiscalização continue sendo efetivo.
“Precisamos da colaboração de todos para garantir a conservação da floresta amazônica e a proteção dos direitos das populações extrativistas que vivem na reserva”, concluiu Lessa.

A gestora esclareceu que as intervenções têm como alvo específico pecuaristas que, mesmo após notificações formais e determinações judiciais, mantiveram atividades ilegais na unidade de conservação. Foto: cedida
Destaques da entrevista:
Seletividade da ação: “Nossa atuação é cirúrgica, baseada em laudos técnicos e processos judiciais já transitados em julgado”
Proteção aos tradicionais: “As 2.400 famílias extrativistas regularizadas não são e nunca serão alvo”
Critério de atuação: Propriedades com mais de 50 cabeças de gado são priorizadas, indicando atividade comercial
Transparência: Lista completa de áreas notificadas está disponível para consulta pública
Lessa apresentou dados concretos: dos 1,3 milhão de hectares da reserva, apenas 3% estão sob conflito fundiário, concentrados em 47 áreas específicas onde se verifica desmatamento recente. “São casos flagrantes de grilagem, com documentação fraudulenta”, afirmou.
A coordenadora rebateu críticas: “Quem cumpre a lei não tem motivo para temer. Estamos cumprindo nosso dever constitucional de proteger uma unidade de conservação federal”. Ela convocou produtores irregulares a aderirem voluntariamente ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que prevê a retirada gradual dos animais sem multas.
O ICMBio/IBAMA mantém canal aberto para esclarecimentos através do Disque Denúncia Linha verde: 0800 61 8080. Novas etapas da operação estão previstas para as próximas semanas, com apoio da Polícia Federal e Força Nacional.

Segundo ela, a operação se concentra exclusivamente em áreas de pecuária ilegal, ocupadas por pessoas que desrespeitam notificações do ICMBio e decisões judiciais para desocupar o território. Foto; captada
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Larva em comida do RU da Ufac viraliza e gera revolta entre estudantes
Postagem em perfil de humor universitário mostra suposto inseto em refeição do Restaurante Universitário; comunidade reage com ironia e cobra posicionamento

Na imagem, aparece a frase “Servidos, calouros?”, acompanhada da conversa de um direct com a foto do prato. O conteúdo viralizou e foi rapidamente compartilhado em grupos de WhatsApp e perfis de estudantes.
Uma foto que circulou nesta quinta-feira (12) no perfil “Spotted UFAC” no Instagram causou polêmica ao mostrar o que parece ser uma larva em um prato de comida servido no Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal do Acre. A imagem, acompanhada da legenda irônica “Servidos, calouros" data-ad-slot="4045936072" data-ad-format="autorelaxed">
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