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Grávida e bebê morrem após complicações no parto em Feijó, e família acusa hospital de negligência
Vítima ficou cinco dias internada; unidade de saúde nega falhas e caso ocorre em meio a protestos por melhorias no sistema médico do Acre

Ana Cleide Cruz morreu após cinco dias internada com bolsa estourada; a bebê que ela esperava também morreu. Foto: Reprodução
A família de Ana Cleide Cruz de Souza, de 39 anos, que estava grávida de sete meses, afirmou que vai acionar o Ministério Público do Acre para apurar as circunstâncias da morte dela e do bebê, ocorrida nesta terça-feira (20) na Maternidade de Cruzeiro do Sul, referência na região do Juruá.
Ana Cleide estava internada desde a última quinta-feira, dia 15, após ar mal. Segundo o companheiro, João Matos da Silva, ela já havia apresentado complicações no mês anterior e chegou a ficar três dias internada. Após receber alta, retornou à unidade de saúde com a bolsa rompida.
“Ela disse que estava com dor, que eles disseram que ia tirar sábado (17) a neném. Que ia fazer de tudo para ela aguentar até sábado para tirar. Chegou no sábado, eles disseram que não podia tirar porque ela estava com a infecção. E eles nunca falaram que tipo de infecção que era. Só dizia que era uma infecção grave, mas eles não falaram. Eles vieram falar o nome da infecção depois de noite, que eu acho que você já tem os áudios dela pedindo a direção do hospital que tirasse a neném. Me chamaram no canto, falaram que ela estava com a infecção generalizada. Quer dizer, que ela já estava com tudo inflamado dentro dela”, contou.
Ainda segundo João, a equipe médica informou que o parto seria realizado nos dias seguintes, mas a cirurgia não foi feita. Ana Cleide e o bebê morreram na unidade hospitalar. A família suspeita de negligência no atendimento.

A mulher morava no município de Mâncio Lima, vizinho a Cruzeiro do Sul, e procurou atendimento inicialmente lá. Ela foi encaminhada ao hospital na cidade vizinha. Foto: cedida
Direção nega negligência
Por meio de nota, a Direção do Hospital da Mulher e da Criança do Juruá lamentou a morte de Ana Cleide e afirmou que adotou todos os procedimentos devidos.
Conforme a gestão da unidade, a paciente deu entrada na maternidade com ruptura prematura da bolsa e um quadro grave de infecção, estando em uma gestação de prematuridade extrema, com 30 semanas.
“Desde o primeiro atendimento, foram adotadas todas as medidas cabíveis para preservar a vida da mãe e do bebê, conforme os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde”, ressaltou o texto assinado pela diretora Iglê Monte.
Família quer justiça
Entretanto, para Andressa, os esclarecimentos não são suficientes, e ela segue acreditando que faltou, principalmente, empatia com o sofrimento da tia. Para ela, houve descaso que levou à morte tanto da gestante quanto da criança.

Andressa Cruz Vieira, sobrinha de Ana Cleide, chorou ao relembrar últimos momentos da tia. Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
”Eu me senti mal. Não era para ela ter morrido daquele jeito. Por que não tiraram a neném dela quando ela chegou lá? Se tivesse tirado ela no dia que ela chegou lá com a bolsa rompida, a neném não tinha morrido, nem ela nem a neném. Então, faltou isso [ação da equipe médica]. E a gente quer justiça”, finalizou.
É disse mais. “Na hora que ela estava morrendo, eles estavam fazendo perguntas, as pessoas da minha família que tinham epilepsia, se ela bebia, se fumava, e eu falando com eles que ela estava com a mão roxa, com o pé roxo, estava mordendo os lábios, com muita dor de cabeça. E eu, para mim, naquela hora o médico pensou que ela estava mentindo, que estava se fingindo para tirar a menina, porque eu já tinha ado a noite todinha. Eu acho que ele achava que ela estava mentindo”, relatou.
MP apura caso
O Ministério Público do Acre (MP-AC) instaurou, nesta quarta, um procedimento para apurar as causas da morte da gestante. A investigação ocorrerá por meio da Promotoria de Justiça Cível de Cruzeiro do Sul.
“A apuração do MPAC tem como objetivo reunir informações iniciais sobre o caso e verificar se houve possível falha na assistência prestada à paciente durante a internação. A partir dessa apuração preliminar, o MPAC avaliará a adoção de outras medidas”, disse.

Maternidade de Cruzeiro do Sul, referência na região do Juruá. Foto: captada
Nota da direção
O Hospital da Mulher e da Criança do Juruá lamenta profundamente o falecimento da gestante de 30 semanas atendida na unidade e se solidariza com a família neste momento de dor.
A paciente deu entrada na maternidade com ruptura prematura da bolsa e um quadro grave de infecção, estando em uma gestação de prematuridade extrema, com 30 semanas.
Desde o primeiro atendimento, foram adotadas todas as medidas cabíveis para preservar a vida da mãe e do bebê, conforme os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
Reafirmamos que todos os cuidados foram prestados de acordo com as melhores práticas médicas e os protocolos vigentes.
Iglê Monte – Diretora do Hospital da Mulher e da Criança do Juruá

O companheiro, João Matos da Silva, ela já havia apresentado complicações no mês anterior e chegou a ficar três dias internada. Foto: cedida
Por decisão do marido, mãe e filho foram sepultados juntos, no mesmo caixão. “Foi um pedido meu. Enterramos os dois juntos”, contou João. Ele afirmou que, ao chegar na funerária, percebeu sangramento intenso, o que pode indicar hemorragia.
A família pretende buscar responsabilização e afirma que vai acionar o Ministério Público do Acre. “Se temos direito, vamos procurar. Não pode ficar assim”, declarou o companheiro da vítima.
Com G1/Acre e Juruá 24horas
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Adolescente é apreendido por tráfico de drogas no Segundo Distrito de Rio Branco
Ação do GIRO/BOPE flagrou jovem de 17 anos com entorpecentes e dinheiro trocado no bairro Santa Inês
Um adolescente de 17 anos foi apreendido na noite desta quinta-feira (22), suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas no Segundo Distrito de Rio Branco. A ação foi realizada pelo Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva (GIRO), do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), durante patrulhamento de rotina no bairro Santa Inês.
De acordo com informações da polícia, a guarnição avistou o menor em atitude suspeita e decidiu realizar a abordagem. Durante a revista, foram encontrados com o jovem porções de cocaína, pedras de crack, invólucros aparentando ser skunk, além de uma quantia em dinheiro trocado — o que, segundo os policiais, caracteriza a prática do tráfico de entorpecentes.
Diante dos fatos, o adolescente recebeu voz de apreensão e foi encaminhado à Delegacia Central de Flagrantes (DEFLA), juntamente com o material apreendido, para os procedimentos legais cabíveis. A Polícia Civil dará continuidade às investigações.
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Justiça nega habeas corpus a líder de organização criminosa condenado a 18 anos
Acusado foi detido durante operação policial na Cidade do Povo e também responde por suposto envolvimento na morte de jovem
O desembargador Samoel Evangelista, da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, negou a liminar de habeas corpus solicitada pela defesa de Francisco Gleidson de Souza Martins, conhecido como “Neném”, mantendo o acusado sob custódia. A decisão representa mais um capítulo na trajetória criminal do detento, que acumula condenação de 18 anos por crimes graves.
No recurso apresentado ao Tribunal, a defesa de “Neném” argumentou que não havia fundamentação adequada para a manutenção da prisão preventiva. Os advogados destacaram que o acusado possui vínculo familiar, residência fixa, emprego estável e até mesmo uma empresa no ramo da construção civil, fatores que, segundo eles, justificariam a concessão da liberdade provisória ou, alternativamente, a prisão domiciliar.
Entretanto, o desembargador Samoel Evangelista, relator do processo, não identificou ilegalidade na decisão que manteve Francisco Gleidson encarcerado. De acordo com o magistrado, os pressupostos legais necessários para a concessão da liminar não estavam presentes no caso em questão, o que fundamentou o indeferimento do pedido.
O histórico criminal de Francisco Gleidson revela a gravidade de sua situação jurídica. Ele foi condenado a 18 anos de reclusão pelos crimes de tráfico de drogas, tentativa de assassinato e por integrar organização criminosa. Antes de sua atual detenção, o acusado cumpria pena em regime de liberdade provisória, situação que mudou em 5 de abril deste ano, quando foi preso pela Polícia Militar por porte ilegal de arma de fogo.
A prisão ocorreu durante uma operação policial realizada no Conjunto Habitacional Cidade do Povo, ação que resultou também na detenção de outros oito suspeitos, todos encaminhados à Delegacia de Flagrantes (DEFLA). A situação de “Neném” agravou-se ainda mais quando, no dia 29 do mês ado, agentes da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil cumpriram um mandado de prisão temporária contra ele por suposto envolvimento no assassinato de Yara Paulino da Silva.
A jovem vítima foi brutalmente assassinada a golpes de ripa em via pública, na tarde de 24 de março deste ano, também no Conjunto Habitacional Cidade do Povo. O crime, que chocou a comunidade local pela violência empregada, resultou na decretação de prisão temporária para “Neném” e outros oito suspeitos, evidenciando o possível envolvimento de outros comparsas.
Após a negativa da liminar, a defesa de Francisco Gleidson agora aguarda o julgamento do mérito do habeas corpus, que será analisado pelo colegiado composto por três desembargadores da Câmara Criminal. A decisão final poderá confirmar a manutenção da prisão ou, eventualmente, conceder algum benefício ao acusado, dependendo da análise aprofundada dos argumentos apresentados por ambas as partes.
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Prefeitura de Rio Branco antecipa pagamento de servidores e aquece economia local
Os servidores municipais de Rio Branco poderão consultar o saldo em conta já nas primeiras horas desta sexta-feira (25). A antecipação do pagamento faz parte do compromisso da gestão do prefeito Tião Bocalom, que mantém os salários rigorosamente em dia desde o início do mandato.
Segundo o secretário municipal de Gestão istrativa, Marcus Lucena, pagar em dia é uma demonstração de respeito ao servidor. “Esse compromisso reflete a visão do prefeito, que entende a importância da valorização do servidor e o impacto disso na economia local”, destacou.
A medida também beneficia diretamente o comércio da capital, já que o pagamento antecipado contribui para o aquecimento das vendas. “Quando o servidor recebe antes, ele movimenta o comércio, paga contas e investe. Isso gera receita para o município e é fruto de uma gestão responsável e planejada”, completou Lucena.
Cerca de 9 mil servidores, entre efetivos, comissionados e prestadores de serviço, serão contemplados. Além dos salários, estão incluídos pagamentos de plantões e serviços extras prestados no mês.
A antecipação reforça o compromisso da Prefeitura de Rio Branco com a valorização dos servidores e uma gestão fiscal eficiente, que garante estabilidade financeira e benefícios diretos para a população.
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