Acre
Líder do PCC considerado substituto de Marcola é preso na Bolívia e pode ser extraditado ou expulso, diz Polícia Federal
A PF explicou que há aeronaves prontas em Brasília para buscar Tuta, caso a audiência decida pela expulsão imediata

Tuta foi preso na última sexta (16), em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, com documentos falsos. A ação teve apoio da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen, da Bolívia. Foto: cedida
A Polícia Federal (PF) afirmou neste sábado (17) que Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta e apontado como substituto de Marcola no PCC, vai ar por uma audiência na Justiça da Bolívia neste domingo (18).
Segundo a PF, Tuta pode ser expulso ou detido da Bolívia. “Está prevista uma audiência para amanhã com autoridades judiciárias da Bolívia, da mesma forma como acontecem as audiências de custódia aqui, e a nossa expectativa é de que amanhã mesmo tenhamos um retorno desse processo: expulsão ou extradição”, afirmou a PF.
“Essa audiência é na justiça boliviana e, uma vez se a decisão for pela expulsão, a decisão a-se a etapa seguinte que é a definição da questão logística, sempre respeitando as regras do país onde está o preso”, completou.
A PF explicou que há aeronaves prontas em Brasília para buscar Tuta, caso a audiência decida pela expulsão imediata.
“As nossas equipes já estão prontas para sair de Brasília assim que tiver a confirmação [do governo boliviano], se for o caso de expulsão, fazer a transferência”, afirmou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
Se a decisão for pela expulsão, Rodrigues afirmou que Brasil e Bolívia vão negociar para definir a questão logística. Uma das hipóteses é da polícia boliviana levar o preso até o Brasil ou a uma região de fronteira, e a outra com as autoridades brasileiras o buscando.
Tuta foi preso na última sexta (16), em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, com documentos falsos. A ação teve apoio da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen, da Bolívia.
Ele tentava renovar o visto do seu Cartão de Identidade de Estrangeiro (CIE) com o nome de Maycon Gonçalves da Silva quando o sistema alertou que ele era procurado pela Interpol.
O líder do PC estava foragido desde 2021. Segundo a PF, ele foi condenado por associação criminosa e lavagem de capitais, com pena superior a 12 anos de prisão.

De acordo com a Polícia Federal, a prisão ocorreu após Marcos Roberto comparecer a uma unidade policial boliviana para tratar de questões migratórias, apresentando um documento falso em nome de Maicon da Silva.
O preso, Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, apontado como responsável pelo comando das operações da facção na região de fronteira, especialmente no tráfico internacional de drogas e armas. Sua captura ocorreu em Santa Cruz de la Sierra, principal centro econômico da Bolívia, após meses de monitoramento.
Duas possibilidades legais
Autoridades brasileiras explicam que existem dois caminhos para o retorno do acusado:
Extradição formal – Requer tratado bilateral e processo judicial mais demorado
Expulsão sumária – Decisão istrativa mais rápida, comum em casos de estrangeiros indesejáveis
A PF já encaminhou pedido oficial às autoridades bolivianas destacando que o preso é investigado por diversos crimes no Brasil, incluindo homicídios, associação criminosa e tráfico internacional.
Operação estratégica
Fontes da inteligência brasileira revelaram que a prisão:
Interrompeu esquema de envio de cocaína para o Brasil
Impediu reunião de líderes da facção marcada para próxima semana
Recuperou documentos sobre expansão do PCC no Paraguai e Bolívia
O Ministério da Justiça já classificou a operação como “um dos maiores golpes no PCC dos últimos meses”. Enquanto aguarda a decisão boliviana, o preso segue em cela de alta segurança.
Próximos os
PF prepara novos pedidos de busca contra aliados do líder
Força-Tarefa de combate ao crime organizado deve assumir o caso
Governo federal avalia incluir o nome em nova lista de alvos prioritários
Quem é Tuta, líder do PCC preso pela PF na Bolívia: seis codinomes, resgate de Marcola e suborno de agentes

Marcos Roberto de Almeida foi preso nesta sexta-feira e estava na lista vermelha da Interpol. Foto: cedida
Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta. A prisão foi efetuada em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, por uso de documento falso, durante uma ação conjunta entre a Polícia Federal e a Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC). Mas investigações da PF e do Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontam que Tuta tem um histórico de crimes e uma posição estratégica na facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Em 2019, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi transferido pela primeira vez para um presídio federal, deixando-o distante do mundo externo e com dificuldades para cuidar da facção criminosa. Foi aí que Tuta cresceu, e chegou a ocupar a posição de principal liderança da facção na rua — com o aval de Marcola. O promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), explicou ao GLOBO que atualmente ele já não tinha mais esse status de principal liderança, mas ainda é “importante para a facção”.
Marcos Roberto de Almeida também atende pelos codinomes Angola, Africano, Marquinhos, Tá bem, Boy e Gringo, e estava foragido desde 2020. Segundo as apurações do MPSP, após o isolamento de Marcola no sistema penitenciário federal, ele ou a tomar decisões estratégicas da organização criminosa, como o fluxo de caixa e o levantamento de informações de autoridades e policiais alvos de possíveis atentados da facção. Ainda de acordo com o Ministério Público, foi Tuta o responsável por planejar o resgate de Marcola em dezembro de 2019, plano que foi frustrado pelas autoridades.
Em 2020, o MPSP tinha tentado prendê-lo no âmbito da Operação Sharks, sem sucesso. Em 2023, uma nova fase da operação mirou “laranjas” que atuavam na lavagem de dinheiro do PCC e trabalhavam diretamente com Tuta. Segundo as investigações, ele teria estruturado uma organização voltada à lavagem dos valores por ele “obtidos ilicitamente, com a utilização de dois ‘testas de ferro’ que atuavam na negociação de imóveis, na compra e istração de empresas e na movimentação bancária de valores”. Dois operadores financeiros de Tuta foram presos na ocasião.
Nesta sexta, ele foi preso em uma operação conjunta de autoridades brasileiras e bolivianas, com base em informações da Interpol. Tuta foi recentemente condenado no Brasil pelos crimes de associação criminosa e lavagem de capitais, com pena superior a 12 anos de reclusão. A inclusão do nome dele na Lista de Difusão Vermelha da Interpol permitiu que os esforços para localizá-lo fossem ampliados.
Tuta já havia sido preso em 2006, e no momento da abordagem, em Guarulhos, chegou a oferecer R$ 50 mil aos policiais das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) para que os agentes não efetuassem a prisão. Ele foi condenado a 23 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de latrocínio, roubo qualificado, ameaça, cárcere privado, uso de documento falso, falsificação de documento público, corrupção ativa e dano qualificado, mas deixou a prisão em 2014, por progressão de pena ao regime aberto.
Saiba mais
No Brasil, Marcos Roberto de Almeida tem duas prisões decretadas em investigações do Ministério Público de SP (MP-SP). Ele também já tem uma condenação em 1° grau por organização criminosa, onde foi sentenciado a 12 anos e seis meses de prisão, além de responder outro processo por organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Tuta foi um dos principais alvos da Operação Sharks, deflagrada em 2020. Na época, o Ministério Público de São Paulo confirmava que ele tinha assumido o comando do PCC depois que o ex-chefe da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi transferido para um presídio federal, em fevereiro de 2019.
“O Marcos Roberto, vulgo Tuta, já era da sintonia de 1, mas não era o número 1 do PCC. Com a remoção do Marcola, ele foi elencado, nominado pelo Marcola para ser o novo n° 1 do PCC tanto dentro como fora dos presídios. É um velho conhecido nosso, só que em liberdade, ele atingiu o status, seria o novo Marcola na nossa concepção”, disse o promotor Lincoln Gakiya na época.
O MP-SP disse ainda, naquele ano, que Tuta tinha um cargo de adido do consulado de Moçambique em Belo Horizonte (MG). O termo “adido” é usado para designar um agente diplomático que não é um diplomata de carreira.
“É um indivíduo que tem contato em consulado, que transita no país e fora do país. É uma operação hoje que a ordem não está mais centralizada dentro do presídio, mas na rua”, disse o promotor Gakiya. Sua ligação com o consulado de Moçambique facilitaria o trânsito dele naquele continente, segundo as investigações. Ainda em 2020, o Ministério Público disse acreditar que Tuta tinha conexões no Paraguai, Bolívia e na África, onde o PCC também atua.
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Acre
Governador Gladson Cameli recebe pares da Amazônia para debates ambientais em Rio Branco
Gladson Cameli recebe colegas de outros estados da Amazônia Legal para reunião da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas

Os três integram a comitiva de autoridades que vão discutir no Acre nesta sexta, 23, temas como preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e financiamento internacional. Foto: captada
O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), recebeu pessoalmente nesta quinta-feira (22) os governadores da Amazônia Legal que participam da reunião da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF Task Force). O encontro, que ocorre nesta sexta-feira (23) em Rio Branco, discute políticas ambientais e financiamento para a conservação da floresta tropical.
Encontro de líderes amazônicos
Entre as autoridades recebidas por Cameli estão:
Wilson Lima (União Brasil), governador do Amazonas
Carlos Brandão (PSB), governador do Maranhão
Antônio Denarium (PP), governador de Roraima
Em suas redes sociais, Cameli destacou a importância do evento:
“Fiz questão de recepcionar os governadores que vieram participar da GCF. Para mim, é uma honra receber essas autoridades em nosso estado”.
Temas em discussão
A reunião desta sexta-feira (23) abordará:
- Preservação ambiental e desenvolvimento sustentável
- Mecanismos de financiamento internacional para conservação
- Políticas de combate ao desmatamento
- Projetos de bioeconomia para a região
O GCF Task Force reúne 38 governos subnacionais de todo o mundo comprometidos com a proteção de florestas tropicais e a redução de emissões. A escolha do Acre como sede reforça o papel do estado nas discussões sobre desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Os trabalhos continuam nesta sexta-feira (23) com a elaboração de um plano de ação para captação de recursos e projetos sustentáveis na região. A iniciativa reforça o protagonismo do Acre na agenda ambiental global.
As deliberações do encontro devem resultar em uma carta de compromissos conjuntos para apresentação em fóruns internacionais sobre mudanças climáticas.
“Para mim, é uma honra receber essas autoridades em nosso estado. Valeu, meus amigos!”
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Acre
Justiça é feita: homem é preso após 10 anos por abuso sexual de adolescente no Acre
Condenado a 20 anos de prisão, tatuador dopou vítima de 15 anos em 2013 e teve imagens do crime compartilhadas nas redes

Tatuador pega 20 anos de prisão por estuprar menina de 15 anos em 2013 durante sessão de tatuagem em Rio Branco. Foto: Polícia Civil
A Polícia Civil do Acre, por meio da Delegacia de Atendimento à Criança e Adolescente Vítima (Decav), prendeu na quarta-feira (21) um homem condenado a 20 anos de prisão pelo abuso sexual de uma adolescente de 15 anos ocorrido em 2013. A sentença, expedida neste mês após longo processo judicial, pôs fim a uma década de espera por justiça.
O crime
Em 2013, o acusado, que trabalhava como tatuador, ofereceu à vítima uma bebida adulterada com entorpecentes, alegando que ajudaria a aliviar a dor do procedimento. A adolescente perdeu a consciência e só despertou horas depois, sem vestes e desorientada. O caso ganhou proporções ainda mais graves quando registros do abuso foram disseminados em grupos de mensagem e redes sociais.
Prisão após sentença
Com a condenação definitiva, a equipe da Decav localizou e prendeu o agressor. “Essa prisão representa nosso compromisso inegociável com a proteção de crianças e adolescentes. Crimes hediondos como esse não ficarão impunes”, declarou a delegada Juliana De Angelis, coordenadora da Decav.
Década de espera
O intervalo de 10 anos entre o crime e a condenação reflete os desafios do sistema judiciário, mas também a persistência das autoridades:
2013: Ocorrência do crime e início das investigações
2023-2025: Andamento processual e coleta de provas
Maio/2025: Sentença condenatória e prisão do agressor
O condenado foi encaminhado ao sistema prisional do Acre, onde cumprirá a pena integral. A Decav reforça que continuará atuando rigorosamente contra crimes envolvendo vulneráveis, e incentiva a população a denunciar casos similares através dos canais oficiais.
Para denúncias:
Disque 100 ou procure a delegacia especializada mais próxima. As informações são mantidas em sigilo.
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Acre
Sebrae abre inscrições para 2ª Edição de programa de aceleração de startups de saúde no Acre

O Sebrae no Acre, em parceria com o Hospital de Amor de Barretos e o Centro de Inovação Harena, lançou o edital da segunda edição do Programa ConectaHealth – Circuito Acre, voltado para startups com soluções inovadoras na área da saúde. As inscrições estão abertas e vão até o dia 20 de junho de 2025.
O programa gratuito de aceleração tem duração de 22 semanas e busca fomentar o ecossistema de inovação em saúde no Acre, apoiando até 30 startups em fase de desenvolvimento ou validação de soluções. Entre os temas de interesse estão bioeconomia voltada para saúde, saúde digital, gestão hospitalar, diagnóstico inteligente, prevenção, pesquisa clínica, dispositivos médicos, humanização e qualidade de vida.
As startups selecionadas terão o a uma jornada completa de capacitação, com oficinas temáticas, mentorias individuais e coletivas, meetups com especialistas do Hospital de Amor, além de conexão com o ecossistema nacional de inovação em saúde.
A gestora de inovação do Sebrae no Acre, Rosa Nakamura, destaca que o programa é uma oportunidade concreta para transformar boas ideias em soluções com potencial real de impacto no sistema de saúde. “A primeira edição do ConectaHealth revelou um cenário muito promissor no Acre. Recebemos 42 inscrições e 28 startups foram selecionadas e participaram das acelerações. O fomento à inovação é essencial para enfrentar os desafios do setor da saúde e o Sebrae tem trabalhado para abrir caminhos para que essas soluções se tornem realidade”, destacou a gestora.
Segundo o edital, podem participar startups formalizadas (com CNPJ) que tenham, no mínimo, dois integrantes na equipe e estejam desenvolvendo um Produto Mínimo Viável (MVP) de média ou alta fidelidade. O programa oferece ainda a possibilidade de as soluções serem validadas em projetos-piloto (POCs) em parceria com o Hospital de Amor.
- Inscrições: 22/03 a 20/06/2025
- Banca de Pitch (Seleção): 25 e 26/06/2025
- Divulgação das selecionadas: 01/07/2025
- Início do programa: 07/07/2025
- Bootcamp final: 24 e 25/11/2025
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