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Pesquisa busca identificar porque a malária persiste por anos no AM
De acordo com o Ministério da Saúde, sobre as mortes por malária o número de óbitos aumentou 64,7%, ando de 34 em 2017 para 56 em 2018

Mosquito Aedes aegypti, transmissor da malária e da dengue: incidência do inseto em áreas do Amazonas causa malária por anos. Foto: Fiocruz/Divulgação
Com Atual
Pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) de três estados da Amazônia começaram um estudo para identificar a transmissão da malária em áreas de grande circulação da doença e de que forma a propagação persiste por anos. A novidade do estudo é a coleta de informações sobre hábitos dos moradores.
A finalidade da pesquisa é definir de prevenção e controle adequados às características epidemiológicas da região e à realidade local. O estudo ocorrerá no Acre, Amazonas e Rondônia.
“O projeto tem a duração de três anos e há uma necessidade geral de tentar estratégias adicionais que nos permitam contribuir para baixar mais os números de casos todo ano. Essas estratégias de intervenção seriam avaliadas de acordo com as características de cada região pesquisada. O comportamento da população também será estudado porque tem um impacto significativo na incidência da doença”, diz Claudia Maria Ríos-Velásquez, pesquisadora da Fiocruz Amazônia que conduzirá o estudo no estado.
No Amazonas, a pesquisa deve começará entre maio e junho porque ainda depende de parceria e de definição da área de abrangência no município de Tefé (a 529 quilômetros de Manaus). Nessa região, os casos de malária ocorrem o ano todo.
“É possível pensar que todos os seus 73.669 habitantes [Censo do IBGE de 2022] estão em risco de contrair a malária porque é uma zona endêmica, onde há malária urbana e rural”, diz a pesquisadora. “Cada área tem as suas particularidades. Entretanto, na mesorregião do Centro do Amazonas, quase todos os municípios têm transmissão de malária, e, em geral, tem condições ecológicas e de dinâmica de águas semelhantes, podendo influenciar de forma semelhante na transmissão da doença”.
A mesorregião abrange os municípios de Manaus, Coari, Itacoatiara, Parintins, Rio Preto da Eva e Tefé, com a maior concentração da população do estado, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Conforme a FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas), os casos positivos de malária nos quatro primeiros meses de 2025 diminuíram em comparação com o mesmo período de 2024. Mas o Epidemiológico Malária indica também variações de um ano para outro de até três mil casos registrados.
“O que temos hoje é uma estratégia sem um estudo ecológico das populações de mosquitos, sem um estudo localizado de qual é o comportamento humano, qual é o comportamento dos mosquitos, quais são as estratégias de controle que estão seguindo naquela área porque não está sendo possível diminuir o número de casos”, diz Claudia Maria Ríos-Velásquez.
De acordo com o Ministério da Saúde, sobre as mortes por malária o número de óbitos aumentou 64,7%, ando de 34 em 2017 para 56 em 2018.
No ano seguinte, 2019, houve redução de 33,9% quando foram registrado 37 óbitos. Em 2020 ocorreu novo aumento – 51 óbitos, 37,8% de aumento em comparação ao ano anterior. Em 2023 foram registrados 63 mortes por malária, 10% a menos que no ano anterior.
“No Amazonas, a malária afeta a pessoas de todas as idades, mas quando os casos afetam às crianças o alerta é muito maior porque o risco de mortalidade é maior”, diz Claudia Ríos-Velásquez.
EPIDEMIOLÓGICO DA MALÁRIA – FVS
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Jovens do Acre e Amazonas participam do 2º Fórum de Ecologia Integral em Cruzeiro do Sul
Segundo Sergiane Silva, coordenadora do Centro de Juventudes, o fórum busca incentivar os jovens a desenvolverem soluções sustentáveis com impacto direto em suas realidades
jurua24horas
Cerca de 80 estudantes do ensino fundamental e médio participaram, na última sexta-feira, 6, do 2º Fórum Interativo de Ecologia Integral, promovido pelo Centro de Juventudes de Cruzeiro do Sul. O evento reuniu alunos de escolas públicas dos municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves e Guajará (AM) para debater temas ligados à sustentabilidade e ao cuidado com o meio ambiente.
A programação incluiu oficinas, rodas de conversa e elaboração de projetos socioambientais, que serão apresentados no dia 4 de julho. As propostas concorrerão a prêmios em dinheiro e poderão ser implementadas nas comunidades com apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que firmou termo de cooperação com o Centro de Juventudes.
Segundo Sergiane Silva, coordenadora do Centro de Juventudes, o fórum busca incentivar os jovens a desenvolverem soluções sustentáveis com impacto direto em suas realidades. “Estamos estimulando essa juventude a pensar projetos viáveis e transformadores. O primeiro lugar será premiado com R$ 700, o segundo com R$ 500 e o terceiro com R$ 300”, destacou.
Realizado no início do verão amazônico, período marcado pelo aumento das queimadas, o evento também chamou atenção para os impactos da poluição do ar na saúde da população, especialmente de crianças e idosos.
Dom Flávio Giovenale, bispo da Diocese de Cruzeiro do Sul, participou do fórum e reforçou o papel da sociedade no cuidado com o meio ambiente. “Dominar, no sentido bíblico, é proteger. O ser humano foi colocado para cuidar da criação. Cuidar da natureza é cuidar da vida”, afirmou.
Além da reflexão ambiental, o fórum reforçou o protagonismo juvenil, especialmente nas redes sociais. Para Nicole Sarah, coordenadora de um dos comitês de juventude, a mobilização digital é fundamental. “O jovem tem uma voz ativa. O que queremos é plantar essa ideia e estimular essa conscientização”, disse.
Irmão Danilo Bezerra, coordenador geral do Centro de Juventudes, explicou que o fórum faz parte de uma construção coletiva entre a Diocese de Cruzeiro do Sul e o Instituto Marista. “Essa é uma iniciativa que reconhece o grito da terra como o grito dos povos. Estamos oferecendo um espaço de escuta, sensibilização e ação, com a juventude protagonizando a transformação da realidade em que vivem”, afirmou.
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Em cinco meses, saíram mais de 153 mil cabeças de gado do Acre
No período de janeiro a maio de 2025, o volume abatido no Acre foi de 264.776 cabeças. O que resulta em uma média mensal de 52.995 animais

Os dados são do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf). Foto: captada
Entre janeiro e maio de 2025, saíram do Acre, exatas 153.016 cabeças de gado para oito estados do país: Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rondônia e São Paulo. Os dados são do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf).
O volume de saída de gado superou as expectativas dos integrantes do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre, instância que reúne representantes da iniciativa privada e do poder público e monitora gargalos de diversos segmentos econômicos.
“Mantendo esse nível de saída, daqui um ano e meio ou dois anos, vai gerar um déficit”, alerta o presidente do Sindcarnes, Murilo Leite, representante do segmento das indústrias frigoríficas. “Ano ado, saíram duzentas mil cabeças. Os números estão mostrando que, praticamente, vai dobrar a saída”.
A tendência do setor industrial é de aumento da demanda porque há uma planta frigorífica que está em processo de ampliação e outra entrando novamente em operação. No Acre, há quatro frigoríficos sifados em condições de exportar carne.
Essas unidades vão exigir mais carne a ser processada aqui, inclusive com o novo cenário do comércio internacional em construção para a carne brasileira com o país inteiro classificado como Área Livre de Aftosa Sem Vacinação com reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
“Apesar da atualização da pauta, a saída continua superior ao que ocorreu no primeiro trimestre”, reforça Leite.
No período de janeiro a maio de 2025, o volume abatido no Acre foi de 264.776 cabeças. O que resulta em uma média mensal de 52.995 animais. Com um detalhe: foram 119.089 machos (45%) e 145.687 fêmeas (55%).
O Sindcarne faz o alerta de que o atual ritmo de saída vai trazer problemas de abastecimento das indústrias locais em 18 ou 24 meses porque ficou estabelecido no Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento que o Governo do Estado faria os ajustes nas pautas sempre que necessário.
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‘Marina e Lula estão usando o Ibama, Força Nacional e Exército para perseguir produtores do Acre’, diz Duarte
Em tom de indignação, o deputado também criticou os limites de uso da terra impostos pela legislação ambiental vigente, que permite a utilização de até 20% da área em regiões de floresta

O deputado também criticou os limites de uso da terra impostos pela legislação ambiental vigente, que permite a utilização de até 20% da área em regiões de floresta. Foto: captada
O deputado federal Roberto Duarte (Republicanos-AC) criticou neste sábado, 7, a atuação de órgãos federais em uma operação contra o desmatamento na Reserva Extrativista Chico Mendes, localizada no estado do Acre. Em publicações nas redes sociais, Duarte classificou a ação como uma “perseguição implacável” aos produtores rurais da região.
A Operação Suçuarana, coordenada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), conta com o apoio de diversas instituições, como o Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Acre (BPA), Força Nacional (FN), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Exército Brasileiro (EB), Ministério Público Federal (MPF) e o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Acre (IDAF). Segundo o ICMBio, o objetivo da operação é combater o desmatamento ilegal na unidade de conservação.
Duarte, no entanto, questiona os métodos empregados na operação e acusa o governo federal de prejudicar economicamente o estado. “Perseguição. A acreana Marina Silva e o ‘descondenado’ Luiz Inácio Lula da Silva estão usando o IBAMA, o ICMbio, a Força Nacional, o Exército para perseguir os produtores rurais do estado do Acre, e agravar ainda maisa miséria no nosso querido estado do Acre. É um absurdo o que está acontecendo em toda região norte do país, mas principalmente no nosso querido estado do Acre, que está sofrendo com embargos nas terras, que está sofrendo com a perseguição implacável desse governo,” disse Duarte.
Em tom de indignação, o deputado também criticou os limites de uso da terra impostos pela legislação ambiental vigente, que permite a utilização de até 20% da área em regiões de floresta. Ele defende a ampliação desse percentual para 50% e, para isso, apresentou um projeto de lei em 2023.
“Nós não podemos mais itir isso. O nosso estado só pode o produtor rural utilizar 20% da sua área para produzir, e é o único meio de desenvolvimento do estado do Acre. Apresentei um projeto de lei em 2023 (PL 1963/2023), para alterar essa lei, para que o produtor rural possa utilizar 50% da sua área de terra. É inissível que nós pagamos 100% de impostos sobre a nossa terra e só possamos utilizar 20% dessa área, nós temos que mudar essa realidade, mas o governo federal tem que acabar com essa perseguição implacável aos produtores rurais,” ressaltou o republicano.
Por fim, Duarte reforçou que continuará defendendo os produtores rurais acreanos e cobrou do governo federal o fim das ações que, segundo ele, inviabilizam o desenvolvimento da região. “Nós não vamos desistir, vamos lutar, o povo acreano lutou pra ser brasileiro e vai lutar pelo seu desenvolvimento”, concluiu o deputado.
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