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Ricardo Nunes derrota Boulos e é reeleito prefeito de São Paulo
Ricardo Nunes (MDB) vence Guilherme Boulos (PSol) no 2º turno e se torna o terceiro prefeito da capital paulista a conseguir a reeleição

Nunes é o terceiro prefeito que consegue se reeleger na história da capital — antes dele, apenas Gilberto Kassab (PSD), em 2008, e Bruno Covas (PSDB), em 2020, conseguiram o feito
Bruno Ribeiro – Metrópolis
O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), foi reeleito neste domingo (27/10) para mais quatro anos de mandato à frente da Prefeitura paulistana, derrotando o candidato do PSol, Guilherme Boulos. Com quase 90% das urnas apuradas, Nunes tinha 59,56% dos votos, enquanto Boulos somava 40,44%, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A reeleição do emedebista representa uma importante vitória política do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que mergulhou na campanha no momento em que o emedebista se via ameaçado pela candidatura do influenciador Pablo Marçal (PRTB), no primeiro turno, a despeito do distanciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que indicou o agora vice-prefeito eleito, Coronel Mello Araújo (PL).
Por volta das 18h40, Nunes chegou ao clube em Santo Amaro onde sua equipe aguardava para a festa da vitória e comemorou a reeleição dando um abraço em Tarcísio.
Nunes é o terceiro prefeito que consegue se reeleger na história da capital — antes dele, apenas Gilberto Kassab (PSD), em 2008, e Bruno Covas (PSDB), em 2020, conseguiram o feito. Em comum, os três eram vices e assumiram a Prefeitura com a saída dos titulares. No caso de Nunes, ele sucedeu Covas após seu falecimento, em maio de 2021.
Nunes assumiu a Prefeitura, em maio de 2021, prometendo preservar o “legado” de Bruno Covas, embora tenha sido criticado por parte dos tucanos, que o acusaram de fazer o oposto, especialmente após o emedebista se aproximar de Bolsonaro, em 2022. O grupo dissidente acabou lançando a candidatura do apresentador José Luiz Datena, que ficou apenas em quinto lugar no primeiro turno.
Agora, o prefeito reeleito, que anteriormente ocupou dois mandatos como vereador, deverá imprimir seu próprio ritmo à istração, sem a sombra do antecessor, mas com uma pressão para abrir mais espaço na Prefeitura para os aliados do PL de Valdemar Costa Neto, incluindo a ala bolsonarista do partido.
A vitória de Nunes veio após uma campanha pautada por estratégias tradicionais, buscando apoio tanto do eleitorado conservador de centro-direita quanto dos mais radicais da extrema direita, com o objetivo de garantir o maior tempo possível na propaganda de rádio e TV. O resultado foi uma coligação de 12 partidos, que lhe deram cerca de 65% de todo o horário eleitoral da corrida paulistana.
A eleição foi marcada por marcada por intensa troca de acusações, ofensas pessoais e episódios de agressão física, como a cadeirada de Datena em Marçal e o soco dado pelo videomaker do candidato do PRTB no marqueteiro de Nunes, ambos em debates na TV. O clima bélico foi pautado pelo influenciador e contaminou a campanha eleitoral.
Marçal disputava o mesmo eleitorado de Nunes, e ambos apareciam tecnicamente empatados nas pesquisas do primeiro turno, ao lado de Boulos, que tentava crescer entre os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal cabo eleitoral. No segundo turno, porém, ex-coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) sofreu com alto índice de rejeição e teve dificuldades em “furar a bolha” da esquerda.
De centro com Bolsonaro
Nunes se apresentou como um político de posições conservadoras, mas moderadas. Ainda em 2022, visando a reeleição, buscou o apoio de Jair Bolsonaro (PL), acreditando que a eleição seria polarizada entre direita e esquerda, campo ocupado por Boulos, que já contava com o apoio de Lula. Foi o presidente quem articulou para a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) deixar a gestão Nunes para ser vice na chapa de Boulos.
Bolsonaro, no entanto, foi visto com reservas pelos aliados de Nunes, devido a posições radicais que poderiam afastar eleitores de centro. Por sua vez, o ex-presidente não demonstrou entusiasmo em apoiar o prefeito, aderindo ao projeto apenas após insistências do presidente de seu partido, Valdemar Costa Neto, e do governador Tarcísio de Freitas.
A relação cautelosa entre Nunes e Bolsonaro contribuiu para o objetivo de evitar um candidato bolsonarista alternativo na disputa. Bolsonaro formalizou apoio a Nunes, indicando o vice da chapa, Coronel Mello Araújo, e rompendo com Marçal no meio do primeiro turno, o que os aliados de Nunes consideram um fator decisivo para o resultado.
Apoio decisivo
A participação direta de Bolsonaro na campanha só ocorreu no último dia 22, em um almoço com Nunes e empresários em uma churrascaria na zona sul da cidade. No entanto, segundo integrantes da campanha, o apoio do ex-presidente já era dispensável, pois Nunes já tinha consolidado o favoritismo sobre Boulos no segundo turno.
Por outro lado, Tarcísio foi considerado essencial para a reeleição do prefeito. Além de garantir o apoio dos bolsonaristas, o governador atuou ativamente na campanha, pedindo votos para o prefeito na TV e organizando eventos para fortalecer a base de Nunes.
A campanha de Nunes destacou como trunfo eleitoral realizações como o fim da fila por vagas em creches, a abertura de 10 hospitais, o recapeamento de 4,1 mil km de vias, a instalação de câmeras de segurança e a criação de faixas azuis para motociclistas.
Entre as promessas, Nunes comprometeu-se a ampliar o ensino integral, aumentar o efetivo da Guarda-Civil Municipal, oferecer transporte gratuito para mães de crianças em creches e entregar 70 mil moradias.
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Lula defende regulação de redes: “Tudo tem controle, menos os aplicativos”

Lula participa de agenda em Mato Grosso. — Foto: Ricardo Stuckert/ Presidência da República
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu neste sábado (24) a regulamentação das redes sociais, porque, na avaliação dele, “tudo tem controle, menos as empresas de aplicativo”.
O petista deu a declaração durante pronunciamento na cidade de Campo Verde (MT), onde lançou um programa voltado à agricultura familiar. Durante o discurso, o presidente mencionou o caso de uma menina que teria se suicidado após sofrer bullying na internet.
“Você sabe quantas ofensas, provocações você recebe. E é preciso que a gente discuta com o Congresso Nacional a responsabilidade da gente regular o uso das empresas, sabe, neste país. Não é possível que tudo tem controle, menos as empresas de aplicativos”, afirmou Lula.
O petista lembrou a sanção da lei que limitou o uso de celulares nas escolas com o objetivo de melhorar o desempenho dos estudantes, mas disse que ainda é necessário aprovar uma lei com regras para o funcionamento das plataformas digitais.
“Esses dias eu vi uma menina que se matou porque ela foi, acusada, quase que torturada pelos amiguinhos pela internet. Não era pessoalmente, não, era pela internet”, lamentou Lula.
O Senado já aprovou um projeto de regulamentação das redes sociais. Entretanto, o texto está parado na Câmara dos Deputados, onde sofre resistência de parlamentares da oposição.
Recentemente, durante visita à China, o presidente e a primeira-dama, Janja da Silva, trataram com Xi Jinping sobre a plataforma chinesa TikTok.
No encontro, quebrando o protocolo, Janja teria dito que o algoritmo da rede social favorece publicações de direita e que pode ser um difusor de ideias extremistas. A fala teria causado constrangimento na reunião, o que foi negado pela primeira-dama.
‘Voltar a fazer política’
Com queda na popularidade, Lula disse, durante o evento em Mato Grosso, que pretende viajar o país a partir de junho, porque quer “voltar a fazer política”.
Ele afirmou que vai realizar mais eventos com eleitores para evitar que a “mentira” e as “fake news” voltem ao poder no país.
‘Mauro, faz o L’, gritam apoiadores

Lula durante visita a sítio no assentamento Santo Antônio da Fartura, em Mato Grosso. — Foto: Ricardo Stuckert/ Presidência da República
Na cerimônia em Campo Verde, apoiadores de Lula gritaram “Mauro, faz o L” para o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil).
Em 2022, Mauro Mendes apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha para a Presidência da República.
O governador aliado de Bolsonaro chegou a ser vaiado no evento deste sábado, quando defendeu os grandes produtores rurais mato-grossenses.
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Acre tem uma das menores adesões ao Pix no Norte, com apenas 60% da população usando o sistema
Dados de 2024 mostram que estado fica abaixo da média nacional (63%); Rondônia e Amapá ultraam 70%. Pix já é o meio de pagamento mais usado no Brasil, com R$ 26,5 trilhões em transações no ano

Além do Pix, os meios de pagamento mais utilizados pelos brasileiros são o cartão de débito (69%), dinheiro em espécie (68%), cartão de crédito (51%) e débito automático (32%). Foto: cedida
Com BB
O Pix, sistema de pagamento instantâneo do Banco Central, já é utilizado por 60% da população do Acre, segundo dados de 2024 divulgados pela FGV e pelo BC e compilados pelo perfil Brasil em Mapas na quinta-feira (22). O número coloca o estado entre os de menor adesão na Região Norte, ficando abaixo da média nacional (63%) e atrás de vizinhos como Rondônia (70%) e Amapá (71%).
Lançado em 2020, o Pix se consolidou como o principal meio de pagamento do país. Este ano, foram registradas 63,8 bilhões de transações, movimentando R$ 26,5 trilhões – um crescimento de 54%em relação a 2023.
Além do Pix, os brasileiros ainda usam com frequência cartão de débito (69%), dinheiro em espécie (68%), cartão de crédito (51%) e débito automático (32%). O Distrito Federal lidera a adoção do sistema, com 79% da população utilizando o serviço, enquanto o Piauí tem o menor índice: apenas 56%.
O levantamento reforça a expansão do Pix, mas também revela desigualdades regionais na adoção da tecnologia financeira no país.
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Dois homens são presos no AM por torturar mulher em “tribunal do crime” por dívida de R$ 3
Vítima de 47 anos foi submetida a 10 pauladas em cada membro do corpo após supostamente dever valor residual de compra de drogas; polícia investiga caso

O delegado John Castilho (DPl) de Manacapuru (AM), embora a mulher tivesse uma dívida maior e já tivesse pagado parte do valor, ainda restavam R$ 3. Foto: cedida
Dois homens foram presos pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) acusados de torturar uma mulher de 47 anos como punição em um suposto “tribunal do crime”. O motivo? Uma dívida de apenas R$ 3, valor residual de uma compra de drogas.
De acordo com as investigações, a vítima já havia quitado parte da dívida, mas os suspeitos decidiram submetê-la a uma sessão de tortura, determinando que ela recebesse 10 pauladas em cada membro do corpo. O delegado John Castilho, do Departamento de Polícia do Interior (DPI) de Manacapuru (AM), afirmou que o caso expõe a brutalidade da justiça paralela no crime organizado.
Os acusados foram detidos e responderão por cárcere privado, tortura e possível associação ao tráfico. A polícia segue apurando se a vítima sofria ameaças anteriores.
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