/*! * Plugin: Rank Math * URL: https://rankmath.com/wordpress/plugin/seo-suite/ * Name: rank-math-review-snippet.css */@-webkit-keyframes spin{0%{-webkit-transform:rotate(0deg)}100%{-webkit-transform:rotate(-360deg)}}@keyframes spin{0%{-webkit-transform:rotate(0deg)}100%{-webkit-transform:rotate(-360deg)}}@keyframes bounce{from{-webkit-transform:translateY(0px);transform:translateY(0px)}to{-webkit-transform:translateY(-5px);transform:translateY(-5px)}}@-webkit-keyframes bounce{from{-webkit-transform:translateY(0px);transform:translateY(0px)}to{-webkit-transform:translateY(-5px);transform:translateY(-5px)}}@-webkit-keyframes loading{0%{background-size:20% 50% ,20% 50% ,20% 50%}20%{background-size:20% 20% ,20% 50% ,20% 50%}40%{background-size:20% 100%,20% 20% ,20% 50%}60%{background-size:20% 50% ,20% 100%,20% 20%}80%{background-size:20% 50% ,20% 50% ,20% 100%}100%{background-size:20% 50% ,20% 50% ,20% 50%}}@keyframes loading{0%{background-size:20% 50% ,20% 50% ,20% 50%}20%{background-size:20% 20% ,20% 50% ,20% 50%}40%{background-size:20% 100%,20% 20% ,20% 50%}60%{background-size:20% 50% ,20% 100%,20% 20%}80%{background-size:20% 50% ,20% 50% ,20% 100%}100%{background-size:20% 50% ,20% 50% ,20% 50%}}:root{--rankmath-wp-bar-height: 0}#rank-math-rich-snippet-wrapper{overflow:hidden}#rank-math-rich-snippet-wrapper h5.rank-math-title{display:block;font-size:18px;line-height:1.4}#rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-review-image{float:right;max-width:40%;margin-left:15px}#rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-review-data{margin-bottom:15px}#rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-total-wrapper{width:100%;padding:0 0 20px 0;float:left;clear:both;position:relative;-webkit-box-sizing:border-box;box-sizing:border-box}#rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-total-wrapper .rank-math-total{border:0;display:block;margin:0;width:auto;float:left;text-align:left;padding:0;font-size:24px;line-height:1;font-weight:700;-webkit-box-sizing:border-box;box-sizing:border-box;overflow:hidden}#rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-total-wrapper .rank-math-review-star{float:left;margin-left:15px;margin-top:5px;position:relative;z-index:99;line-height:1}#rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-total-wrapper .rank-math-review-star .rank-math-review-result-wrapper{display:inline-block;white-space:nowrap;position:relative;color:#e7e7e7}#rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-total-wrapper .rank-math-review-star .rank-math-review-result-wrapper .rank-math-review-result{position:absolute;top:0;left:0;overflow:hidden;white-space:nowrap;color:#ffbe01}#rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-total-wrapper .rank-math-review-star .rank-math-review-result-wrapper i{font-size:18px;-webkit-text-stroke-width:1px;font-style:normal;padding:0 2px;line-height:inherit}#rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-total-wrapper .rank-math-review-star .rank-math-review-result-wrapper i:before{content:"\2605"}body.rtl #rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-review-image{float:left;margin-left:0;margin-right:15px}body.rtl #rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-total-wrapper .rank-math-total{float:right}body.rtl #rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-total-wrapper .rank-math-review-star{float:right;margin-left:0;margin-right:15px}body.rtl #rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-total-wrapper .rank-math-review-star .rank-math-review-result{left:auto;right:0}@media screen and (max-width: 480px){#rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-review-image{display:block;max-width:100%;width:100%;text-align:center;margin-right:0}#rank-math-rich-snippet-wrapper .rank-math-review-data{clear:both}}.clear{clear:both}
Conecte-se conosco

Brasil

‘Tarifaço’ de Trump pode aumentar vinda de produtos chineses para o Brasil

Publicado

em

Foto: Reuters

A constante ameaça de criação de novas tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem deixado a indústria brasileira preocupada com os próximos meses. Além dos efeitos diretos, como taxas mais altas a produtos brasileiros, especialistas acreditam que as medidas podem causar efeitos indiretos, afetando aos parceiros comerciais do país.

Um exemplo é a possível guerra comercial entre EUA e China, que voltou a ganhar força desde que Trump indicou que pretende instaurar um tarifaço para proteger a indústria americana da competição externa.

No final de janeiro, o presidente americano anunciou uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses importados pelos EUA. Em resposta, a China também anunciou taxas mais altas para produtos americanos.

Já nesta semana, Trump afirmou que um novo acordo comercial com a China “é possível”.

Segundo especialistas e representantes da indústria consultados pelo g1, o crescente atrito entre os dois países pode abrir espaço para que o gigante asiático intensifique sua relação comercial com outros países — o Brasil, por exemplo.

O movimento nem seria novidade. Segundo Marcos Jank, professor sênior e coordenador do centro Agro Global do Insper, a China já se preparava para uma segunda guerra comercial com os EUA e agora adota uma visão mais estratégica, cautelosa e seletiva sobre o comércio mundial.

“Nos últimos anos, a China diversificou bastante suas exportações, já sendo bem menos dependente dos EUA do que era em 2017. E ela tem buscado também uma maior aproximação dos emergentes”, afirma.

Caso o movimento se concretize, a presença de produtos chineses no mundo deve crescer bastante. Em 2024, por exemplo, a China respondeu por 24,2% das importações brasileiras. Aumentando demais esse número, a economia e a indústria nacional precisarão reagir.

Impactos para a indústria

Por um lado e em um prazo mais curto, a indicação de especialistas é que a maior presença da China no Brasil pode diminuir os custos para os consumidores. Isso porque a chegada de produtos chineses mais baratos obriga a indústria brasileira a baixar os preços para manter a competitividade no mercado.

“O que acontece na prática é que a China já vem praticando preços muito abaixo dos preços de mercado em diversos segmentos. Vemos um ‘dumping’ de produtos chineses no Brasil, mas isso tem prejudicado a produção local”, diz o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Flávio Roscoe.
Nesse sentido, apesar dos produtos mais baratos para os consumidores em um primeiro momento, representantes da indústria sinalizam que os efeitos na economia e nas cadeias produtivas podem ser mais negativos no país no médio e longo prazo.

Esses efeitos negativos viriam principalmente entre os setores de maior investimento por parte da China, como:

• indústria de máquinas e equipamentos;
• indústria têxtil e de confecção; e
• indústria automobilística.

Segundo o presidente-executivo da Associação Brasileira da indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, o movimento já começa a ter efeitos no faturamento e no crescimento da indústria brasileira.

No setor de máquinas e equipamentos, por exemplo, o executivo explica que houve uma queda de mais de 8% do faturamento em 2024, enquanto o volume de importações cresceu 10% no mesmo período. E entre os importados, houve ainda um aumento de 33% dos produtos chineses vindos para o país.

“Esses já são os efeitos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. E, nesse caso, o aumento das importações não são um bom sinal para a produtividade porque o consumo do setor também caiu”, explica Velloso, indicando que esse quadro também indica uma piora das vendas de produtos brasileiros.

Esse cenário também é visto nos outros dois setores, que já estendem a briga por um ambiente com regras claras de competitividade no país há algum tempo. O exemplo mais recente foi a discussão sobre o que ficou chamado de “imposto das blusinhas”.

A cobrança de um imposto de importação de 20% para compras de até US$ 50 feitas no exterior começou em agosto do ano ado, após mais de um ano de negociações no governo.

A medida era amplamente defendida pelo setor têxtil, que pleiteava uma isonomia tributária e regulatória, em meio ao ganho da força de sites e aplicativos como Shein, Shoppee e AliExpress.

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, Fernando Pimentel, o aumento de tarifas por parte dos Estados Unidos volta a acender o alerta para o setor de uma possível “concorrência desleal”.

“Estamos sempre trabalhando em conjunto com os órgãos de controle das nossas fronteiras, e não só para importações convencionais, mas também para exportações que vêm pelas plataformas digitais internacionais, para garantir que todos estejam pagando os devidos impostos, assim como nós”, diz.

Impacto na taxa de câmbio

Além dos impactos vindos da China, representantes da indústria também destacam os efeitos de um dólar mais forte em meio à imposição de tarifas por parte de Trump.

Essas medidas podem tanto deixar a produção mais cara para as indústrias que importam matérias-primas, como podem acabar encarecendo as taxas de juros no país e também afetar as indústrias que dependem do o que os consumidores têm ao crédito – como é o caso da indústria automobilística, por exemplo.

De maneira geral, a leitura de especialistas é que a imposição de tarifas por parte do governo dos Estados Unidos pode acabar encarecendo os produtos no país e pressionar a inflação, forçando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) a subir os juros por lá.

Esse cenário tende a fortalecer o dólar frente a outras moedas e, nesse sentido, pode pressionar a inflação brasileira – o que também forçaria o Comitê de Política Monetária (Copom) a ser mais duro na condução dos juros por aqui.

Esse cenário também já é sentido por aqui. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Marcio de Lima Leite, as vendas financiadas do setor chegaram a cair para 30% em 2023 e encerraram o ano ado em 45% do total.

“Esse ano temos um grande desafio que é fazer o mercado crescer sabendo que a taxa de juros e o custo de financiamento serão impactados. Além disso, ainda há muita insegurança e falta de previsibilidade nos acordos comerciais. O que acontecerão com os acordos? Serão mantidos, estreitados, alterados ou redirecionados?”, disse Leite durante apresentação do resultado consolidado do setor de 2024.
Impacto macroeconômico
Os especialistas e representantes do setor consultados pelo g1 ainda destacam que o possível aumento no volume de produtos chineses do país também pode trazer efeitos macroeconômicos no longo prazo.

“A primeira consequência disso tudo é a desindustrialização, porque se há produtos mais baratos vindos da China, eu vou importar. E isso já está acontecendo agora, com várias empresas anunciando grandes números de demissões”, afirma Velloso, da Abimaq.

Nesse caso, além da perda de faturamento de diversos setores da economia brasileira, há também o risco de um aumento na taxa de desemprego e de uma redução dos investimentos no país.

Um exemplo desse cenário é o setor de fabricação de geradores eólicos. O segmento, que chegou a ter sete fabricantes no país, hoje tem apenas três.

Nesse sentido, parte das exigências feitas atualmente pelos representantes da indústria brasileira é a construção de uma agenda voltada para aumentar a competitividade brasileira no exterior.

“A verdade é que nós não temos que ter apenas uma agenda contra aqueles que usam de mecanismos inadequados, mas também precisamos cuidar da nossa agenda de competitividade, para que também possamos aumentar nossa presença nos mercados internacionais”, diz Pimentel, presidente da Abit.

O que esperar para os próximos meses?

Com uma série de medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, a leitura dos executivos consultados pelo g1 é que os próximos meses ainda guardam muita incerteza, principalmente sobre eventuais impactos diretos e indiretos no Brasil.

“Há um risco de desaceleração mundial da economia, muita instabilidade e insegurança que podem acabar impactando diretamente o mercado brasileiro”, diz Leite, da Anfavea.

Ele destaca, no entanto, que o país também tem grandes oportunidades pela frente, que podem acabar sendo positivas para a indústria.

“O Brasil tem uma oportunidade muito grande de estreitar a relação com os principais países, podendo aproveitar esse momento para ter mais competitividade nas nossas exportações. É momento de ter calma, serenidade e entender as mudanças que estão acontecendo”, completa o executivo.

Fonte: G1

Comentários

Continue lendo

Brasil

Câmara aprova projeto que facilita regularização de imóveis rurais em áreas de fronteira

Publicado

em

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (11), o Projeto de Lei 4.497/2024, que flexibiliza as regras para regularização de imóveis rurais localizados em terras públicas situadas em faixas de fronteira. A proposta ainda precisa ar pelo Senado para entrar em vigor.

O projeto, de autoria do deputado Tião Medeiros (PP-PR), foi aprovado por 257 votos a favor e 88 contrários, com base em um texto substitutivo apresentado pela relatora, deputada Caroline de Toni (PL-SC).

De acordo com o texto aprovado, a medida vale para imóveis rurais originados de títulos de concessão ou alienação de terras devolutas emitidos pelos estados, desde que registrados até 23 de outubro de 2015. A nova regra prevê a regularização imediata de propriedades de até 15 módulos fiscais — unidade de medida que varia de 5 a 110 hectares, dependendo do município — com base em uma declaração assinada pelo proprietário. Isso ocorrerá se o órgão responsável não emitir as certidões exigidas no prazo de até 15 dias.

Outra mudança prevista é a ampliação do prazo para regularização de imóveis com mais de 15 módulos fiscais, considerados grandes propriedades. O prazo, que acabaria neste ano, será estendido até 2030, caso o projeto seja aprovado também no Senado.

A proposta também autoriza a regularização fundiária de grandes imóveis mesmo quando houver processos istrativos em curso para demarcação de terras indígenas, inclusive as já reconhecidas como tradicionalmente ocupadas. O texto ainda proíbe os cartórios de negarem o registro com base em processos de demarcação não finalizados ou propostas de criação de áreas de proteção ambiental ainda não formalizadas.

A relatora Caroline de Toni defendeu a proposta como um avanço em segurança jurídica no campo. Segundo ela, a medida vai beneficiar 11 milhões de brasileiros em 588 municípios, espalhados por 11 estados, que hoje enfrentam dificuldades para ar crédito rural por falta de documentação definitiva das terras.

“Isso não representa relaxamento na fiscalização, mas uma forma de dar dignidade às famílias que vivem e produzem nessas áreas há décadas”, afirmou a parlamentar.

O projeto, de autoria do deputado Tião Medeiros (PP-PR), foi aprovado por 257 votos a favor e 88 contrários. Foto: cedida 

Críticas e preocupação com os impactos

A oposição ao projeto, no entanto, vê riscos significativos. Deputados contrários, como Helder Salomão (PT-ES), alertaram para possíveis consequências sociais e ambientais da proposta.

“Estamos falando em um ataque às comunidades tradicionais. Há uma tentativa clara de facilitar a regularização de terras griladas, muitas vezes habitadas por povos indígenas e quilombolas”, declarou Salomão.

O Ministério dos Povos Indígenas também se posicionou contra o projeto. Em nota oficial, a pasta criticou o texto aprovado, que, segundo o comunicado, “distorce a proposta original” e representa uma ameaça aos direitos dos povos originários.

“O projeto permite validar registros de propriedades sobrepostas a terras indígenas mesmo quando já há estudos ou portarias que reconhecem a ocupação tradicional”, afirmou o ministério. Para a pasta, o texto fere o Artigo 231 da Constituição Federal, que garante os direitos territoriais dos povos indígenas, e viola a Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário.

O ministério ainda destacou que a medida promove a legalização da grilagem de terras públicas e contribui para a destruição de territórios de relevância ambiental, cultural e histórica.

Veja vídeo com Canal do Boi:

Comentários

Continue lendo

Brasil

Brasil tem 2,6 mil municípios com risco alto ou muito alto para desastres naturais 2025; Como as cidades podem se adaptar às mudanças climáticas

Publicado

em

Brasil tem 2,6 mil municípios com risco alto ou muito alto para desastres naturais; conhecer os riscos, planejar soluções e avaliar resultados são os recomendados

Os números oficiais comprovam essa afirmação. Dados do AdaptaBrasil, uma ferramenta elaborada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), mostram que 2,6 mil cidades têm risco alto ou muito alto para desastres naturais

Maurício Frighetto – TV Cultura

Brasil tem 2,6 mil municípios com risco alto ou muito alto para desastres naturais; conhecer os riscos, planejar soluções e avaliar resultados são os recomendados

Primeiro, é preciso conhecer os riscos dos eventos extremos, como secas, incêndios, inundações e deslizamentos de terra. Em seguida, planejar como enfrentá-los. Esse planejamento deve resultar em ações concretas, que precisam ser avaliadas e, se necessário, aprimoradas. Segundo especialistas, esse é o caminho para que as cidades se adaptem às mudanças climáticas.

O aquecimento global gera uma série de alterações no clima, aumentando a intensidade e a frequência dos eventos extremos. Além de mitigar a causa, ao evitar ou reduzir a emissão de gases do efeito estufa, é preciso se adaptar às suas consequências, como os desastres naturais, principalmente nas cidades.

“A adaptação é todo o processo de ajuste dos sistemas humanos e naturais para enfrentar as mudanças climáticas, reduzindo as vulnerabilidades e exposições de forma planejada e antecipada para que, sobretudo as populações que mais são impactadas, não sofram”, explicou o pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) Pedro Ivo Camarinha.

De acordo com Camarinha, especialista em mudanças climáticas, há poucos exemplos de adaptações planejadas, ou seja, realizadas a partir de políticas públicas. “No Brasil a situação é muito delicada. Porque há um somatório de muitas vulnerabilidades, muitas delas sem relação direta com o clima, mas acentuadas pelos seus efeitos.”

Os números oficiais comprovam essa afirmação. Dados do AdaptaBrasil, uma ferramenta elaborada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), mostram que 2,6 mil cidades têm risco alto ou muito alto para desastres naturais – como seca, inundações e deslizamentos de terra – ou possíveis impactos causados pela chuva ou seca na segurança alimentar. Não entram nesse cálculo outros eventos extremos, como incêndios e ondas de calor ou frio.

Uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com participação de estados e municípios, busca mudar esse quadro. O AdaptaCidades visa apoiar a elaboração de planos municipais ou regionais de adaptação às mudanças climáticas. A previsão é de que a maioria das propostas esteja pronta em 2026, com as ações sendo colocadas em prática em 2027.

Capacitação e recursos

O AdaptaCidades criou um ranking para definir as cidades prioritárias. A metodologia usou diversos dados, como do AdaptaBrasil, do Atlas Digital de Desastres no Brasil e do número de beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF), além de reuniões com representantes dos estados e municípios.

Inicialmente, o objetivo era apoiar 260 cidades. No entanto, após conversas com os governos estaduais, o número ou de 500 — a lista final ainda não foi divulgada. A quantidade aumentou, por exemplo, porque alguns estados, como Espírito Santo e Rio Grande do Norte, decidiram construir planos em todos os municípios.

A abrangência do projeto no Rio Grande do Sul também cresceu. “Não daria para apoiar dez municípios, quando quase a totalidade do estado foi terrivelmente atingida por tragédias”, disse a diretora do Departamento de Políticas para Adaptação e Resiliência à Mudança do Clima (DPAR), Inamara Santos Mélo, do MMA. Lá serão elaborados 11 planos regionais, chegando a 206 municípios.

De acordo com Mélo, haverá capacitação técnica nos estados e municípios para o planejamento em adaptação. Também serão disponibilizadas informações sobre os riscos climáticos e orientações metodológicas para a construção dos planos. Outro objetivo é fortalecer a governança e orientar para a busca do o a fontes de financiamento.

Recife (PE) é um exemplo da importância de planejar o enfrentamento das mudanças climáticas, de acordo com a diretora do MMA. Um dos projetos que resultou da política daquela cidade é o Parque Capibaribe, que busca aumentar a área verde, reduzir a temperatura e diminuir a emissão de gases do efeito estufa, ao mesmo tempo que cria espaços de lazer.

Outro projeto de Recife é o ProMorar, voltado para obras estruturais, como contenção de encostas e drenagem urbana. A cidade teve financiamento de R$ 2 bilhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Mélo cita outro exemplo importante de adaptação. “Santos (SP) tem algumas iniciativas interessantes, onde morros que sofreram com deslizamento estão sendo ocupados com projetos que trazem esse componente de adaptação baseada em ecossistemas.” Já as áreas que não podem ser reocupadas por oferecer riscos, estão sendo destinadas a projetos coletivos, como hortas comunitárias.

O desafio dos planos

Elaborar planos é importante. Mas também é fundamental colocá-los em prática e monitorá-los, de acordo com Érico Masiero, professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Masiero e outros pesquisadores analisaram planos de adaptação e mitigação às mudanças climáticas de 18 cidades espalhadas pelo globo, entre elas três brasileiras: São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba. Observaram uma preocupação com os impactos das mudanças climáticas, mas notaram discrepâncias entre o que é proposto e o que é implementado.

“A maioria das cidades estudadas lutou para ar da proposição à ação. Isto deve-se a uma série de fatores: orçamentos limitados, sensibilização da opinião pública para o ambiente e clima, outras prioridades definidas pelos setores público e privado, e mesmo a necessidade de acompanhamento e divulgação das medidas iniciadas”, escreveram no artigo.

Outro desafio, na análise do professor, é definir quais problemas a solucionar. Ele citou o exemplo de Rio Branco (AC), que, apesar de ter iniciativas muito positivas, não incluiu em seus planos o enfrentamento das ilhas de calor, um dos principais desafios urbanos.

“As Ilhas de calor são decorrentes da própria ocupação, do uso excessivo de materiais que absorvem calor, aprisionando-os na cidade. Então, quando tem ondas de calor, que são temperaturas de 5 ºC acima da média durante cinco dias, também é preciso somar a isso as ilhas de calor.”

Em uma cidade, por exemplo, onde a média de temperatura é 25 ºC, ela pode ar de 30 ºC durante uma onda de calor. Mas se houver uma ilha de calor, os termômetros vão registrar cinco ou seis graus a mais.

“As ilhas de calor podem ser evitadas tentando reduzir o tipo de ocupação através do plano diretor. Ele é fundamental para conseguir mesclar áreas mais adensadas com menos adensadas e tentar vegetar mais a cidade, utilizar mais corpos d’águas mais expostos, gerando mais evaporação na cidade”, defendeu o professor, salientando a importância de apostar em um conjunto de soluções.

Lente climática

Adaptar as cidades às mudanças climáticas é um processo, argumentou Pedro Ivo Camarinha, do Cemaden. “Isso não tem um fim. Precisa sempre estar sendo reavaliado, porque existe um dinamismo muito grande das características sociais, de mudanças de uso e cobertura do solo e do próprio comportamento climático ao longo do tempo.”

Segundo o pesquisador, há uma variedade de possíveis ações. Embora muitas vezes se pense apenas em obras, é essencial investir também em soluções baseadas na natureza, além de fortalecer a capacidade institucional e a governança.

“É preciso existir uma gestão climática forte. Ou seja, uma gestão que olhe para os problemas históricos, os problemas intrínsecos daquela cidade, mas sempre colocando o que nós chamamos de lente climática – o olhar para como o clima pode acentuar muito dos problemas que essa cidade possui.”

Comentários

Continue lendo

Brasil

Governo reafirma compromisso com a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável em solenidade sobre o assunto na Câmara Federal

Publicado

em

O evento contou com a participação de diversos parlamentares e autoridades, como o secretário-executivo e ministro em exercício do meio ambiente

Secretário de estado da Sema, Leonardo Carvalho, falou sobre ações de meio ambiente desenvolvidas no Acre em evento no Plenário da Câmara dos Deputados. Foto: Dilma Tavares/Repac

O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), reafirmou o compromisso com a proteção ambiental e o enfrentamento à crise climática aliado ao desenvolvimento social e ambientalmente responsável no estado, durante solenidade sobre o assunto realizada em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente – comemorado dia cinco de junho -, nesta terça-feira, 10, no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília.

Iniciativas com este objetivo foram destacadas no evento pelo secretário de Estado do Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, que citou, entre os exemplos, ações nas unidades de conservação, além de medidas para a preservação da biodiversidade e de enfrentamento aos impactos das mudanças climáticas no estado.

O secretário também lembrou da 15ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e as Florestas (GCF Task Force), realizada em maio, no Acre, a pedido do governador Gladson Camelí, e que definiu propostas a serem levadas para a COP 30, que ocorrerá este ano em Belém, no Pará.

Leonardo Carvalho e Renata Souza, respectivamente secretário e secretária adjunta da Sema, durante participação de solenidade sobre meio ambiente na Câmara dos Deputados. Foto: Dilma Tavares/Repac

O secretário destacou a importância dos debates sobre o assunto no Congresso Nacional e da contribuição dos estados da Amazônia no processo. “Lidamos todos os dias, hoje, com o gerenciamento de crise”, disse o secretário, exemplificando os impactos climáticos como as históricas secas e enchentes em tempo recorde entre uma e outra que ocorrem na Amazônia, a exemplo do Acre, destacando ainda a importância da união na busca de soluções para os desafios ambientais.

“A gente tem se irmanado para conseguir dar vazão e gerenciar essas crises climáticas da melhor forma possível e a gente só vai fazer isso com o apoio de todos, num processo integrado e com recursos em escala”, afirmou em entrevista.

Secretário do meio ambiente, Leonardo carvalho (último à esquerda), durante participação em evento sobre meio ambiente no plenário da Câmara Federal. Foto: Dilma Tavares/Repac

Uma das proponentes da solenidade foi a deputada federal Socorro Neri, que integra comissões ligadas à área ambiental e preside a Frente Parlamentar Mista da Transição Climática Justa, na Câmara. Ela defendeu o equilíbrio nos debates sobre preservação e desenvolvimento, afirmando que não há como cuidar do bem coletivo, das pessoas e produzir mais alimentos, sem cuidar do meio ambiente.

Deputada federal Socorro Neri é uma das proponetes da solenidade em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Foto: Dilma Tavares/Repac

“É preciso ter uma equação que busque preservar as nossas riquezas ambientais e, ao mesmo tempo, trabalhar de forma sustentável para que essas riquezas também possam gerar aumento de produtividade e emprego e renda para as pessoas que habitam a nossa região”, afirmou destacando também importância desses debates pelo Congresso Nacional de forma a antecipar-se às tragédias e fortalecer os instrumentos necessários à prevenção e à implementação de políticas públicas necessárias na área.

O evento contou com a participação de diversos parlamentares e autoridades, como o secretário-executivo e ministro em exercício do meio ambiente, João Paulo Capobianco, que fez um relato de ações do governo federal na área ambiental, incluindo a criação de unidades de conservação ambiental no País. Da Sema também participou a secretária adjunta, Renata Souza.

Grupo que participou dos debates realizados na Câmara dos Deputados sobre meio ambiente. Foto: Dilma Tavares/Repac

Comentários

Continue lendo